O atual prefeito de Brejinho de Nazaré, Murilo Morais (UB), formalizou uma denúncia ao Ministério Público Federal (MPF) após identificar dois pagamentos irregulares no valor total de R$ 713.611,24, efetuados no dia 3 de janeiro de 2025, quando o ex-prefeito Marquim Nobre (PP) já havia deixado o cargo. Os valores foram transferidos sem autorização da nova administração e utilizados recursos federais do Fundo Nacional de Saúde e do Ministério do Turismo.

Segundo o prefeito Murilo Morais, as movimentações ocorreram através do sistema OBTV, mesmo após o término do mandato de Marquim Nobre, em desacordo com a legislação que exige o bloqueio de acesso às contas públicas após a troca de gestão.

“Esses pagamentos foram realizados sem qualquer autorização da nova administração, por alguém que já não tinha competência legal para movimentar os recursos da prefeitura. Isso levanta sérias suspeitas de irregularidades que precisam ser investigadas”, declarou o prefeito.

Dos R$ 713.611,24 transferidos, R$ 36.733,34 foram destinados à empresa JG From Home Serviços Especializados Ltda., de Porto Velho (RO), para a realização de cursos e palestras. No entanto, a documentação apresentada pela empresa apresenta falhas, o que levanta questionamentos sobre a legalidade da transação. Além disso, R$ 676.977,90 foram transferidos para a empresa AP Empreendimentos Ltda., responsável pela construção da orla da cidade.

A denúncia foi registrada sob o número 1.36.000.000122/2025-54 e está sendo analisada pela Procuradoria da República no Tocantins, sob a responsabilidade do procurador Humberto de Aguiar Junior. O caso já foi autuado e está em tramitação na Coordenadoria Jurídica e de Documentação da PR/TO.

“Nosso objetivo é garantir que o dinheiro público seja usado corretamente e beneficie a população de Brejinho de Nazaré”, destacou o prefeito Murilo Morais. A prefeitura informou que aguarda o andamento das investigações e se coloca à disposição das autoridades para colaborar com o processo.

O Jornal Opção Tocantins procurou a assessoria jurídica do ex-prefeito, Marquim Nobre, mas não conseguiu retorno. O espaço continua aberto para manifestação.