Desaprovação ao governo Lula atinge maior índice desde o início do mandato, mostra pesquisa

04 junho 2025 às 10h19

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A avaliação negativa do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegou ao maior nível desde o início do mandato, segundo pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira (4). O levantamento aponta que 57% desaprovam a atual gestão, enquanto 40% aprovam. Os números são semelhantes aos da pesquisa anterior, feita em março, quando a desaprovação era de 56% e a aprovação, de 41%.
Pela primeira vez, o levantamento mostra um empate técnico entre eleitores com renda de até dois salários mínimos, público que historicamente apoia Lula. Nesse grupo, 50% aprovam e 49% desaprovam o governo. Em julho de 2024, esse mesmo público registrava 69% de aprovação e 26% de desaprovação.
O aumento da rejeição ocorre mesmo com uma melhora na percepção econômica. Caiu o número de pessoas que acreditam que os preços subiram ou que a economia piorou. Ainda assim, o escândalo dos descontos indevidos no INSS teve forte repercussão e parece ter influenciado negativamente a opinião pública.
Segundo a pesquisa, 31% dos entrevistados consideram que o governo Lula é o principal responsável pelas fraudes no INSS, apesar das declarações oficiais afirmarem que o esquema começou no governo anterior. Outros 14% responsabilizam o próprio Instituto, 8% apontam a gestão Bolsonaro, e 26% não souberam responder.
A possível abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o caso divide os entrevistados. Metade acredita que a CPI é necessária, enquanto 43% acham que as investigações da Polícia Federal são suficientes e que a oposição busca apenas desgastar o governo.
Em comparação, enquanto 82% afirmam ter tomado conhecimento das fraudes no INSS, apenas 39% estavam cientes da mudança recente no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A maioria (58%) não sabia da alteração.
A pesquisa ouviu 2.004 pessoas com 16 anos ou mais, entre os dias 29 de maio e 1º de junho, em 120 municípios. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.
Avaliação do governo e da economia
A avaliação geral do governo também oscilou dentro da margem de erro:
- 43% consideram o governo ruim ou péssimo (eram 41% em março);
- 28% acham regular (eram 29%);
- 26% avaliam como bom ou ótimo (eram 27%).
Na economia, a percepção de piora nos últimos 12 meses caiu de 56% para 48%. Já os que acham que houve melhora subiram de 16% para 18%. Outros 30% acreditam que a situação continua a mesma.
Também houve queda na percepção de alta nos preços:
- Alimentos: de 88% para 79%;
- Combustíveis: de 70% para 54%;
- Água e luz: de 65% para 60%.
Nos últimos dias, o governo anunciou medidas como isenção de tarifas para importação de alimentos, uma Medida Provisória que promete reduzir a conta de luz para até 100 milhões de pessoas, além do programa “Gás para Todos”, que ainda não foi implementado. A Petrobras também anunciou redução de R$ 0,17 no preço da gasolina, após mais de 10 meses sem reajustes.