Dois homens em cumprimento de pena no regime semiaberto foram mortos a tiros e outros três ficaram feridos no início da noite de quarta-feira, 17 de setembro de 2025, em frente à Unidade Penal Regional de Paraíso do Tocantins. O ataque aconteceu quando cinco detentos retornavam ao local para o pernoite e foram surpreendidos por disparos efetuados por ocupantes de uma motocicleta.

As vítimas fatais foram identificadas pelo Instituto de Medicina Legal (IML) como Wallas Breynner Rocha Ramos, de 35 anos, e Francisco Emílio Lima da Costa, de 43 anos. Os corpos passaram por exames de praxe. Os outros detentos baleados foram socorridos e permanecem internados.

Equipes da Polícia Científica realizaram a perícia no local, enquanto a Polícia Militar reforçou o policiamento na cidade e realiza buscas pelos suspeitos. Para a operação, foram mobilizados o 8º Batalhão da PM e unidades especializadas: o Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE), o Batalhão de Polícia de Choque (BPChoque) e o Batalhão de Polícia Militar Rodoviário e de Divisas (BPMRED).

Câmeras de segurança registraram o momento do ataque, veja o vídeo abaixo.

Repercussão

O Sindicato dos Policiais Penais do Tocantins (Sindippen-TO) divulgou nota lamentando o episódio e voltou a cobrar estrutura adequada para o cumprimento do regime semiaberto. A entidade destacou que o modelo atual, que utiliza unidades improvisadas, expõe presos, policiais e a comunidade a riscos.

O sindicato também defendeu a adoção da monitoração eletrônica como alternativa ao recolhimento noturno em prédios sem condições de segurança. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) já havia ajuizado ação civil pública sobre a falta de estrutura nas unidades prisionais do Estado, conforme a nota.

Confira na íntegra:

Na noite desta quarta-feira, presos do regime semiaberto foram atacados a tiros em frente à Unidade Penal Regional de Paraíso/TO, quando retornavam para dormir, por volta das 18h às 19h. Dois custodiados perderam a vida e outros ficaram feridos.

O SINDIPPEN/TO lamenta a tragédia e relembra que, há anos, alerta para os riscos de manter presos do semiaberto em unidades improvisadas, originalmente destinadas a presos provisórios, sem estrutura mínima de segurança e sem chance de reação imediata diante de ataques.

O problema não é exclusivo de Paraíso: outras unidades vivem a mesma situação, e em alguns locais o regime semiaberto já foi encerrado por falta de condições. O risco é evidente para presos, policiais e toda a comunidade ao redor.

A própria OAB já ingressou com ação civil pública contra o Estado por essa falta de estrutura, medida que o SINDIPPEN/TO considera acertada e necessária, pois confirma a gravidade do problema.

O Sindicato não é contra o regime semiaberto, mas defende que, sem estabelecimento adequado, a solução correta é a monitorização eletrônica (tornozeleira), jamais o recolhimento noturno em prédios precários.

A omissão em corrigir essa distorção levou ao cenário vivido hoje, com perdas irreparáveis. É hora da sociedade se unir para exigir providências imediatas e garantir segurança a todos.

Sindicato dos Policiais Penais do Tocantins – SINDIPPEN/TO

As investigações sobre a autoria e a motivação do ataque seguem em andamento.