Espécie de árvore proibida no Tocantins mata abelhas e ameaça ecossistema
19 agosto 2024 às 15h30
COMPARTILHAR
Devido a toxicidade da árvore Nim Indiano para as abelhas, responsáveis pela polinização do meio ambiente, é proibido o plantio da espécie no estado do Tocantins. Desde março de 2024, o projeto de Lei nº 653/2024 coíbe a proliferação da “Azadirachta Indica A. Juss”, nome científico da árvore, e promove o incentivo à plantação de espécies vegetais nativas dos Biomas do Tocantins.
Em Araguaína, município da região norte do estado, além da proibição, com o Decreto Municipal 140/2022, desde agosto de 2022 também passou a ser autorizado o corte dos pés de Nim sem necessidade de autorização ambiental. Conforme o engenheiro florestal da Secretaria do Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente da cidade de Araguaína, Filipe Silveira Condessa, o Nim é uma espécie exótica e invasora, ou seja, que não é nativa do país.
“O nosso clima favorece a adaptação e a reprodução desregrada das árvores, o que pode gerar diversos prejuízos. Um deles são as raízes, que crescem proporcionais à copa, podendo romper e danificar calçadas e pavimentos, além de furar as tubulações subterrâneas”, informa o engenheiro florestal.
Origem da espécie
Quando contaminadas, as abelhas podem levar o pólen envenenado para suas colmeias, colocando em risco toda a colônia. A ausência de abelhas polinizadoras pode afetar o desenvolvimento das plantas, desencadeando um efeito em cadeia na fauna e flora locais das regiões.
O professor doutor Rômulo Augusto Guedes Rizzardo, do curso de Zootecnia da UFNT (Universidade Federal do Norte do Tocantins), lembra que há estudos acadêmicos que apontam a toxicidade da espécie para insetos polinizadores, principalmente as abelhas. “Muitas pessoas utilizam infusão de folhas de Nim, em água quente ou fria, como repelente e até inseticida para moscas e mosquitos. Contudo, foi percebido que essas propriedades letais também estão no pólen e no néctar da planta, que atraem abelhas, vespas, entre outros insetos que são fundamentais para a polinização das plantas na natureza”, conta o professor.
Esta árvore, originária da Índia, tem se adaptado rapidamente ao clima local, o que gera preocupações sobre os danos que pode causar ao ecossistema e à infraestrutura urbana. A árvore é exótica e invasora, podendo afetar gravemente o meio ambiente..