Consumidores do Tocantins estão entre as vítimas de um esquema de fraude digital desarticulado pela Polícia Civil do Rio de Janeiro, que prendeu dois suspeitos nesta sexta-feira, 11, durante a Operação Dois Irmãos. A ação foi realizada em parceria com a Polícia Civil do Espírito Santo e cumpriu mandados de busca e apreensão em Vila Velha (ES), São Fidélis e Nova Friburgo (RJ).

Os alvos são uma influenciadora digital e seu irmão, apontados como responsáveis por um e-commerce que vendia tênis de luxo pela internet. Segundo as investigações, o site oferecia produtos com preços abaixo do mercado, mas a maioria dos pedidos nunca era entregue, ou chegava com indícios de falsificação, uso ou danos, afetando mais de mil pessoas em diversos estados.

Entre os relatos, vítimas contam que, após abandonarem a compra no site, recebiam mensagens de supostos atendentes oferecendo “ajuda” para concluir o pedido. O pagamento era feito por Pix, sem emissão de comprovante. Em muitos casos, os produtos simplesmente não chegavam, e o contato com a empresa era encerrado logo após o pagamento.

A operação contou com apoio do Procon dos dois estados e da Secretaria de Defesa do Consumidor do Rio de Janeiro. Durante a ação, os policiais apreenderam mais de dez celulares, notebooks, CPUs, quinze cartões de crédito de diferentes instituições e mais de cem relógios com suspeita de falsificação. Todo o material será analisado pela Delegacia do Consumidor do Rio para aprofundar as investigações.

A Justiça determinou ainda o bloqueio de R$ 1 milhão em contas bancárias dos investigados, a retirada dos perfis da empresa nas redes sociais e o uso obrigatório de tornozeleira eletrônica pelos suspeitos.

Em nota, o secretário de Polícia Civil do Rio, delegado Felipe Curi, afirmou que o combate aos crimes contra o consumidor é uma prioridade. As investigações começaram após uma denúncia feita à Secretaria de Defesa do Consumidor do Rio.

A Polícia Civil alerta que consumidores que tiverem sido vítimas da fraude devem registrar boletim de ocorrência e acionar o Procon estadual para buscar reparação.