Intoxicação por metanol cresce no Brasil com quase 60 casos registrados pelo Ministério da Saúde

03 outubro 2025 às 07h42

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O Brasil já contabiliza 59 notificações de intoxicação por metanol até esta quinta-feira, 2, de acordo com dados apresentados pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha. Do total, 11 tiveram a presença da substância confirmada em exames laboratoriais. A maior parte dos registros foi feita em São Paulo (53), além de cinco em Pernambuco e um no Distrito Federal.
O cenário mobilizou autoridades federais e uma “sala de situação” foi instalada em Brasília para monitorar os casos e coordenar medidas de enfrentamento, reunindo representantes dos ministérios da Saúde, Justiça, Agricultura, além da Anvisa, conselhos nacionais e secretarias de saúde estaduais.
Entre as vítimas, ao menos uma morte já foi confirmada na capital paulista: um homem de 54 anos que ingeriu bebida adulterada. Outros cinco óbitos seguem sob investigação, três em São Paulo e dois em São Bernardo do Campo. Há ainda casos graves, como o de um jovem de 28 anos em coma após consumir gin em Osasco, e o de uma designer de interiores de 43 anos que perdeu a visão após beber caipirinhas em um bar na região dos Jardins.
Tóxico
O metanol é um álcool utilizado na indústria e altamente tóxico quando ingerido. Após ser metabolizado pelo fígado, pode provocar cegueira, falência de órgãos e morte.
O Ministério da Saúde orienta que, diante de suspeita de ingestão, o tratamento com etanol farmacêutico seja iniciado o mais rápido possível, já que o produto funciona como antídoto. Segundo Padilha, o governo adquiriu 4.300 ampolas adicionais de etanol farmacêutico para reforçar os estoques nos hospitais universitários federais e disponibilizar a estados e municípios que necessitarem. O ministro também afirmou que a Anvisa mapeou 604 farmácias capazes de produzir o antídoto, sendo que algumas serão designadas como referência em cada capital.
Outra alternativa em análise é o uso do fomepizol, medicamento recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), mas que ainda não está disponível no Brasil e precisa ser importado.
As investigações também buscam rastrear a origem das bebidas adulteradas. A orientação repassada a profissionais de saúde é que questionem pacientes sobre o local e as circunstâncias do consumo, de forma a auxiliar na identificação de fornecedores