Investigado na Fames-19 e no escândalo do lixo, Olyntho Neto relatará LDO pela terceira vez

25 setembro 2025 às 17h31

COMPARTILHAR
O presidente da Comissão de Finanças, Tributação, Fiscalização e Controle da Assembleia Legislativa do Tocantins (Aleto), deputado Olyntho Neto (Republicanos), avocou nesta quarta-feira, 24, a relatoria do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) para o exercício de 2026. Será a terceira vez que ele ficará responsável pelo texto.
Segundo o deputado, a comissão é responsável por avaliar, ajustar e dar o aval técnico-político para que a LDO possa ser votada pelo plenário. Olyntho explicou que, recebido o projeto do Executivo e nomeado o relator, começa a fase de discussões para aperfeiçoar o texto. Ele também lembrou que a LDO define metas, gastos prioritários, investimentos e limites de despesas dos poderes constituídos.
O parlamentar informou que o prazo para apresentação de emendas ao projeto será aberto nesta quinta-feira, 25, e encerrado no dia 6 de outubro. Depois dessa etapa, a comissão terá 15 dias para emitir parecer, antes da votação em plenário.
PLDO 2026
O Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias projeta para 2026 um PIB de R$ 78,3 bilhões, crescimento de 11,47% em relação a 2025, e Receita Corrente Líquida estimada em R$ 15,8 bilhões. Entre as metas previstas estão a conclusão dos hospitais gerais de Araguaína e Gurupi; a construção do câmpus da Unitins em Augustinópolis e a ampliação do prédio em Paraíso; concursos para as Polícias Civil e Penal; duplicação das TOs 222 e 080; e implantação de quatro unidades do Pronto em Araguatins, Colinas, Paraíso e Dianópolis.
Investigações
Olyntho Neto é investigado na Operação Fames-19, da Polícia Federal, e no caso conhecido como “escândalo do lixo” — que apura irregularidades no descarte de resíduos hospitalares envolvendo empresas de sua família. Em setembro, durante cumprimento de mandados da Fames-19, a PF apreendeu no apartamento do deputado R$ 64,4 mil em espécie, US$ 1 mil, € 4.970, três celulares, joias, um tablet, arma de fogo e relógios de grife. Segundo o inquérito, Olyntho destinou R$ 3,2 milhões em emendas à empresa Sabores Regionais Distribuição, uma das investigadas no suposto esquema de fornecimento de cestas básicas e frangos congelados.
As mensagens interceptadas pela PF mostram tentativas de “se precaver” diante do avanço das investigações, mencionando o nome do deputado. Outro conjunto de conversas obtidas pelos investigadores indica que parlamentares usavam institutos para receber recursos de emendas.
Em nota enviada ao Jornal Opção Tocantins, Olyntho Neto afirmou que os ofícios citados mostram “exatamente o foco na lisura e cumprimento do objeto da emenda, cuja execução, frisa-se, não é responsabilidade do parlamentar”.