COMPARTILHAR

RELACIONADAS

Conheça o programa Família Acolhedora e como ele tem salvado vidas de crianças e adolescentes no Tocantins Laurez Moreira assina decretos que ampliam repasse entre Poderes e reduzem controle jurídico O impasse da retirada do gado na Ilha do Bananal e os dilemas ambientais e sociais

As Forças de Defesa de Israel (IDF) bombardearam, neste domingo, 19, áreas da cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, após alegarem que o Hamas realizou “múltiplos ataques” contra tropas israelenses na região. O episódio marca uma nova escalada de tensões e levanta dúvidas sobre a continuidade do cessar-fogo firmado há pouco mais de uma semana, com mediação dos Estados Unidos.

De acordo com o jornal Times of Israel, o exército israelense afirmou que “agentes terroristas na Faixa de Gaza atacaram forças de Israel em Rafah, levando à resposta aérea imediata das IDF”. As autoridades militares classificaram as ações do Hamas como uma “violação flagrante” do cessar-fogo e indicaram que os confrontos ocorreram fora da zona de segurança conhecida como “linha amarela”.

Em resposta, o porta-voz político do Hamas, Izzat al-Risheq, rejeitou as acusações e disse que o movimento “mantém o compromisso com o cessar-fogo”, culpando Israel por “repetidas violações e agressões”. Segundo ele, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu estaria “cedendo à pressão de sua coalizão e tentando se esquivar dos compromissos firmados com os mediadores internacionais”.

O Departamento de Estado dos EUA havia alertado no sábado, 18, sobre “relatórios confiáveis” de que o Hamas poderia preparar novos ataques, o que representaria uma violação grave do acordo. O grupo palestino, no entanto, negou qualquer intenção de romper o cessar-fogo e acusou Washington de “reproduzir a propaganda israelense”.

“O que ocorre no terreno mostra o contrário: é a ocupação que patrocina gangues armadas responsáveis por sequestros, roubos de ajuda humanitária e ataques contra civis palestinos”, afirmou o Hamas em comunicado.

Entrega de corpos de reféns

Enquanto as acusações se intensificam, o Hamas entregou neste domingo dois corpos de reféns israelenses mortos durante o conflito. Um deles foi identificado como Ronen Engel, de 54 anos, morador do kibutz Nir Oz, no sul de Israel, sequestrado com a família durante o ataque de 7 de outubro de 2023. Sua esposa e filhos haviam sido libertados em uma das trocas anteriores.

O corpo de Engel foi transferido para Israel pela Cruz Vermelha Internacional e reconhecido pelas autoridades israelenses. O segundo corpo, também entregue no sábado, 18, ainda aguarda identificação oficial em centro forense.

Segundo os termos do acordo de cessar-fogo, que entrou em vigor em 10 de outubro de 2025, o Hamas deveria libertar todos os reféns — vivos e mortos — até o dia 13. Embora o grupo tenha libertado os últimos 20 reféns vivos dentro do prazo, restam ainda 16 corpos por devolver. O movimento afirma enfrentar “dificuldades logísticas” para localizar os demais.

Enquanto isso, Israel mantém fechada a passagem de Rafah, na fronteira com o Egito, cuja reabertura estava prevista para este domingo. O governo israelense condicionou a liberação da fronteira à entrega dos corpos restantes.