Jornalista denuncia ameaças após Câmara de Colinas aprovar pedido de impeachment do prefeito
28 outubro 2025 às 15h07

COMPARTILHAR
O jornalista Ricardo Fernandes, diretor responsável pelo Diário Tocantinense, relatou ter recebido ameaças de morte e atentados com armas de fogo após apresentar o pedido de impeachment do prefeito de Colinas do Tocantins, Josemar Casarin (União), aprovado pela Câmara Municipal na última segunda-feira, 27.
Em nota pública, Fernandes afirmou que as ameaças começaram logo depois da votação e que um Boletim de Ocorrência (B.O.) já foi registrado. “Nos últimos dias, surgiram ameaças de linchamento e até de atentados com armas de fogo contra a minha pessoa. Nosso setor jurídico já compareceu às autoridades policiais e solicitou as medidas cabíveis”, escreveu.
A Câmara Municipal de Colinas do Tocantins aprovou por 10 votos a 3, a abertura do processo devido a investigação do jornalista, com participação de Vitor Augusto, um ex-funcionário da câmara, que apontava que o gestor recebeu R$ 144.666,66 na folha de dezembro de 2024, valor que incluiria salário, férias, 13º de anos anteriores, outras remunerações e ainda a locação de um imóvel para o Conselho Tutelar que estaria sem uso. Os vereadores realizaram um sorteio ao vivo e definiram uma comissão processante com três membros, que será responsável por conduzir o rito do impeachment. Na votação, apenas Gideon Morais (Republicanos) e Dayhany Mota (União) votaram contra, enquanto Jefferson Bandeira (Republicanos) se absteve.
Na nota pública, o jornalista escreve “Reitero meu compromisso com a verdade, a transparência e o exercício ético da comunicação,”. Ricardo Fernandes continua, “Contudo, os acontecimentos recentes exigem que as instituições estejam vigilantes, a fim de evitar que qualquer ato de intimidação ou ameaça comprometa nossa atuação profissional e a segurança de todos os envolvidos”.
A Associação dos Veículos de Comunicação do Estado do Tocantins (Avecom) manifestou apoio nesta terça-feira, 28, ao jornalista depois do pedido de ajuda. A nota de solidariedade, assinada pelo presidente Alex Câmara, pede liberdade de imprensa e transparência pública sem ameaças. “Rechaçamos com veemência qualquer forma de intimidação, ameaça ou tentativa de silenciar profissionais da comunicação que atuam com responsabilidade e zelo pelo interesse público”, disse.
Confira a nota na íntegra:
Em razão de fatos recentes que têm colocado em risco a integridade da minha vida, da minha família e de meus colaboradores, venho, por meio desta, solicitar o apoio e a atenção das entidades e associações competentes, bem como das autoridades públicas, para que sejam adotadas as medidas necessárias à garantia da nossa segurança e proteção.
Nos últimos dias, surgiram ameaças de linchamento e até de atentados com armas de fogo contra a minha pessoa. Diante da gravidade dos fatos, nosso setor jurídico já compareceu às autoridades policiais e registrou o devido Boletim de Ocorrência (B.O.), solicitando as medidas legais cabíveis para a apuração e prevenção de qualquer ato de violência.
Reitero meu compromisso com a verdade, a transparência e o exercício ético da comunicação, valores que norteiam o trabalho desenvolvido ao longo dos anos à frente do Diário Tocantinense. Contudo, os acontecimentos recentes exigem que as instituições estejam vigilantes, a fim de evitar que qualquer ato de intimidação ou ameaça comprometa nossa atuação profissional e a segurança de todos os envolvidos.
Agradeço desde já às entidades representativas de classe, associações de imprensa, órgãos de direitos humanos e autoridades de segurança pública que possam se mobilizar diante desta situação.
Com fé, coragem e serenidade, seguimos firmes, confiando na justiça e na proteção de Deus.
