Justiça nega liberdade a padrasto suspeito de estuprar e matar jovem indígena grávida em Formoso do Araguaia

14 outubro 2025 às 17h24

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O juiz Valdemir Braga de Aquino Mendonça, da 1ª Escrivania Criminal de Formoso do Araguaia, negou o pedido de revogação da prisão temporária de Kurania Karajá, conhecido como Cachoeira, de 65 anos. Ele é investigado pelo estupro e homicídio qualificado da jovem indígena Harenaki Javaé, de 18 anos, encontrada morta e parcialmente carbonizada na Aldeia Canuanã, na Ilha do Bananal.
A decisão, que o Jornal Opção Tocantins teve acesso, foi assinada na última sexta-feira, 10. A Justiça rejeitou os argumentos da defesa, que alegava ausência de indícios de autoria e desnecessidade da prisão. O Ministério Público do Tocantins (MPTO) havia se manifestado contra o pedido.
Segundo o magistrado, a manutenção da prisão é necessária “para garantir a segurança das investigações”, diante da gravidade dos fatos e de relatos de que moradores da aldeia manifestam temor em relação ao investigado.
“A decisão que decretou a prisão temporária não foi proferida de forma genérica. A necessidade da medida foi devidamente fundamentada, assegurando a coleta de provas que possam esclarecer as circunstâncias do crime ou implicar outros envolvidos”, escreveu o juiz.
O juiz ressaltou ainda que medidas cautelares alternativas, como as previstas no artigo 319 do Código de Processo Penal, não seriam suficientes neste momento para atender às finalidades da investigação.
Com isso, a prisão temporária de Karajá segue mantida, conforme decisão que havia determinado sua detenção em setembro, durante o curso do inquérito policial.
O caso
Harenaki Javaé foi encontrada morta no início de setembro, durante um festejo tradicional na Ilha do Bananal. O corpo apresentava sinais de violência sexual, com olhos perfurados, língua cortada, unhas arrancadas e partes carbonizadas. Exames confirmaram que a jovem, que tinha deficiência intelectual e era acompanhada por instituições de saúde, estava grávida.
O padrasto, Kurania Karajá, foi preso por equipes da 3ª Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Gurupi, em conjunto com a 84ª Delegacia de Polícia de Formoso do Araguaia. Ele também é investigado pela morte da mãe de Harenaki, ocorrida em 2022, em circunstâncias violentas.