A gestão de Laurez Moreira (PSD) chega ao primeiro mês com um ponto de atenção na relação com a Assembleia Legislativa: a ausência de um líder de governo formalmente designado. Embora deputados afirmem que a escolha será feita em breve, a indefinição tem gerado comentários de que o governador precisa organizar melhor sua base para enfrentar os desafios políticos que surgem. Essa lacuna ocorre em um momento de instabilidade, já que Laurez assumiu o comando após o afastamento do governador Wanderlei Barbosa (Republicanos), determinado pela Justiça.

Na prática, quem vem exercendo informalmente a função de articulador é o deputado Gutierrez Torquato (PDT), sobrinho do governador. Ele tem atuado como ponte entre o Palácio Araguaia e o plenário, mas sua atuação ainda não foi oficializada, o que enfraquece a capacidade do governo de pautar com clareza os projetos prioritários. Parlamentares ouvidos avaliam que, sem um líder definido, a condução das matérias fica dispersa e a defesa do governo na tribuna perde força.

Políticos experientes apontam que Laurez precisa mais do que um porta-voz. O governador carece de alguém que assuma também o papel de “válvula de escape”, capaz de funcionar como tropa de choque em debates acalorados e, ao mesmo tempo, explicar publicamente como encontrou a máquina administrativa após a saída de Wanderlei. Até agora, secretários têm dado sinais de que a situação financeira e administrativa do Estado não é confortável, mas essa percepção não chegou de forma clara à população.

Nesse cenário, o desafio de Laurez é imprimir ritmo político compatível com a pressão que recai sobre um governo recém-instalado. Sem um líder com mandato que possa articular, responder e defender a gestão dentro da Aleto, o governador corre o risco de ver sua agenda enfraquecida. Como avalia uma fonte nos bastidores, Laurez precisa de alguém que atue não apenas como intermediário, mas como aliado estratégico no cenário político, com a legitimidade que apenas quem tem assento no Legislativo pode oferecer.