Levantamentos aerogeofísicos mapeiam o subsolo do Tocantins em parceria com o Serviço Geológico do Brasil

O subsolo tocantinense começa a ser mapeado em novo levantamento aerogeofísico conduzido pelo Governo do Tocantins, por meio da Agência de Mineração do Tocantins (Ameto), em parceria com o Serviço Geológico do Brasil (SGB). A iniciativa utiliza uma aeronave equipada com sensores de alta precisão, que realiza voos em baixa altitude para captar imagens e informações detalhadas do terreno de forma sistemática.

A aeronave chegou nesta sexta-feira, 10, a Porto Nacional, onde foi instalada a base operacional responsável pelos voos de coleta de dados do primeiro levantamento da terceira geração de estudos aerogeofísicos do SGB.

A presidente da Ameto, Lina Ester de Ribeiro, explicou que esse trabalho é de extrema importância para o crescimento sustentável da mineração e será executado por uma empresa com capacidade para detectar metais até 400 metros de profundidade.
“Esse trabalho vai servir de base, dar lastro e atrair muitos investidores, porque uma das grandes dificuldades da mineração é a pesquisa confiável. Quando temos isso, o investidor vem e investe”, destacou. Ela explicou ainda que a pesquisa tem um custo elevado e será custeada pelo Governo Federal, com contrapartida de apenas R$ 4 milhões do Governo do Tocantins.

A empresa LASA Prospecções S.A. (Xcalibur Smart Mapping), vencedora da licitação conduzida pelo SGB, é responsável pela pesquisa, que será realizada na região sudeste do estado. As áreas de calibração foram definidas em conjunto com o SGB, com base em análises técnicas detalhadas e em conformidade com padrões internacionais de aquisição geofísica.

A retomada desses levantamentos ocorre em momento estratégico para o país, ampliando o conhecimento sobre as propriedades gravimétricas, magnetométricas e gamaespectrométricas das rochas do subsolo nacional. Os dados obtidos irão subsidiar estudos de prospecção mineral, mapeamento geológico e avaliação de recursos hídricos, fortalecendo a produção de minerais estratégicos relacionados à transição energética, segurança alimentar e hídrica, defesa e indústria espacial.

O Tocantins tem se destacado como área de interesse mineral. O Governo do Estado, por meio da Ameto, acompanha as pesquisas realizadas no território tocantinense, em um contexto global marcado pela liderança da China no mercado de elementos de terras raras (ETRs), que concentra cerca de 85% da produção mundial. O Brasil possui a segunda maior reserva potencial desses elementos.

Um acordo de cooperação técnica firmado entre o Governo do Tocantins e o SGB prevê a adoção de práticas responsáveis e sustentáveis na mineração, em consonância com a crescente preocupação internacional sobre a dependência de poucos fornecedores globais de minerais críticos, como os ETRs.