Mais de 113 horas de trabalho são necessárias para pagar uma cesta básica em Palmas, revela estudo

11 agosto 2025 às 11h06

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Após três meses seguidos de redução, o valor da cesta básica em Palmas voltou a aumentar em julho. De acordo com levantamento do Núcleo Aplicado de Estudos e Pesquisas Econômico-Sociais (NAEPE) do Instituto Federal do Tocantins (IFTO), a alta foi de 2,58%, fazendo o preço passar de R$ 703,09, em junho, para R$ 721,25.
O estudo aponta que o tomate (7,9%), a banana (7,1%), a carne (4,3%), o café (2,9%) e o feijão (2,1%) foram os produtos que mais contribuíram para o aumento. Já entre os itens que ajudaram a frear a inflação, estão o açúcar (-4,6%), o arroz (-3,8%), o leite integral (-3,3%), o pão francês (-2,3%), o óleo de soja (-1,1%) e a margarina (-1%).
Segundo o diretor-geral do NAEPE, professor e economista do IFTO, Autenir Carvalho, o retorno da inflação na cesta básica é um sinal de alerta, principalmente para famílias de menor renda, que destinam grande parte do orçamento à alimentação.
Com o valor registrado em julho, um trabalhador que recebeu um salário mínimo precisou trabalhar 113 horas e 36 minutos para comprar apenas uma cesta básica. Autenir destaca que, considerando outros custos essenciais, o salário mínimo necessário para cobrir alimentação, moradia, transporte, educação, saúde e lazer deveria ter sido de R$ 6.059,23, quase quatro vezes acima do valor oficial.
Considerando que um trabalhador no regime CLT cumpre uma jornada de 44 horas semanais, ou cerca de 8 horas diárias durante cinco dias, as 113 horas e 36 minutos necessárias para comprar uma cesta básica em Palmas equivalem a quase 14 dias úteis de trabalho. Isso significa que o trabalhador precisa dedicar quase três semanas inteiras para garantir apenas os alimentos essenciais para sua família.
A pesquisa é feita mensalmente pelo NAEPE em comércios da capital e conta com apoio do Ministério Público do Tocantins (MPTO) e do Conselho Regional de Economia (Corecon-TO).
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