Renan Filho, ministro dos Transportes, decidiu manter Renan Bezerra de Melo Pereira, superintendente do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes no Tocantins (DNIT) no Tocantins, afastado até o dia 13 de maio deste ano. Ele pode retornar ao cargo antes. A medida está publicada no Diário Oficial da União (DOU). 

O superintendente havia sido afastado preventivamente no dia 17 de janeiro deste ano, para responder a um processo administrativo disciplinar que apura possíveis omissões do órgão em relação ao colapso da ponte Juscelino Kubitschek, entre Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA), que caiu e matou 17 pessoas no dia 22 de dezembro de 2024. Três ainda estão desaparecidas. A Polícia Federal (PF) também investiga o caso. 

Após o colapso, uma sindicância foi instaurada, e a situação foi declarada de emergência, permitindo ações rápidas, como demolição da estrutura danificada. A reconstrução está prevista para finalizar até o final deste ano e deve custar mais de R$ 200 milhões. 

No Portal da Transparência do Governo Federal não consta mais o nome de Renan Bezerra, nem quantos salários recebeu desde a queda da ponte. O Jornal Opção Tocantins solicitou informações à Controladoria Geral da União (CGU) sobre o assunto e aguarda retorno. 

Segundo o Ministério dos Transportes, o afastamento preventivo é realizado sem prejuízo da remuneração de Renan, que terá direito ao contraditório. Ele terá que permanecer à disposição do DNIT durante o período mencionado, informando endereço, telefone e outros meios de contato para eventual convocação.

O servidor Flávio Ferreira Assis, analista em Infraestrutura de Transportes, foi designado ainda em janeiro para substituir o superintendente regional do DNIT no Tocantins nos afastamentos, impedimentos legais ou regulamentares do titular e na vacância da função.

Histórico 

Renan Bezerra foi preso no Tocantins em 2017 pela Polícia Federal (PF) durante a Operação Ápia, que investigava fraudes em licitações e contratos de obras, com suspeita de desvios superiores a R$ 200 milhões do BNDES. Ele é um dos filhos do ex-procurador geral de Justiça do Tocantins, Clenan Renault.

Atualmente, Renan Bezerra é réu no Tribunal Regional Eleitoral do Tocantins, após o caso ter sido transferido para essa jurisdição em 2020, sob a alegação de que os recursos desviados teriam financiado ilegalmente campanhas eleitorais. Em 2023, ele foi nomeado para o cargo atual pelo governo federal.