Preso desde 25 de novembro na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, o ex-presidente Jair Bolsonaro foi autorizado a realizar um exame de ultrassom no próprio local de custódia. A permissão foi concedida na noite deste sábado, 13, pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após solicitação apresentada pela defesa.

O exame foi requerido na quinta-feira, 11, e tem a finalidade de verificar a existência de uma hérnia inguinal bilateral. De acordo com os advogados, a condição motivou recomendação médica para uma nova cirurgia, em razão de dores persistentes e outros sintomas relatados nos últimos dias.

Na decisão, Moraes acolheu a sugestão da própria defesa para que o procedimento seja realizado nas dependências da Polícia Federal, destacando que se trata de um exame simples, não invasivo e que dispensa estrutura hospitalar. Com isso, as imagens e o laudo deverão ser encaminhados imediatamente à PF para subsidiar a perícia médica já determinada pelo Supremo.

Ainda na semana passada, o ministro ordenou que a Polícia Federal realizasse avaliação técnica para apurar a real necessidade de intervenção cirúrgica, ao observar que os exames apresentados anteriormente haviam sido feitos há mais de três meses. A realização do ultrassom, segundo os advogados, busca atualizar os dados clínicos e permitir a conclusão célere da perícia oficial.

No pedido encaminhado ao STF, a defesa indicou o médico Bruno Luís Barbosa Cherulli para realizar o exame e atribuiu caráter de urgência à solicitação. Relatório médico anexado à petição aponta que Bolsonaro apresenta crises recorrentes de soluços, além de episódios de falta de ar e desmaios, o que, segundo os profissionais de saúde, pode exigir tratamento cirúrgico sob anestesia geral.

A Polícia Federal tem prazo de até 15 dias para concluir a perícia médica e encaminhar o resultado ao Supremo Tribunal Federal.