Na Capital, polícia liberta 70 pessoas de cárcere privado e maus-tratos em clínica irregular
08 fevereiro 2024 às 14h46
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Em Palmas, setenta pessoas mantidas em cárcere privado e submetidas a maus-tratos foram libertas pela Polícia Civil do Tocantins (PC-TO), por meio da 2ª Delegacia de Polícia da Capital, na última terça-feira, 6. As vítimas estavam internadas em uma clínica irregular localizada na zona rural de Palmas, onde a polícia cumpriu mandado de busca e apreensão, além de ter prendido em flagrante um casal responsável pela administração do estabelecimento.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP), a ação foi desencadeada em resposta a denúncias que chegaram ao conhecimento da PC-TO. O delegado Gregory Almeida, que conduziu as operações, explicou que o mandado foi expedido pela 1ª Vara Criminal da Comarca de Palmas para investigar a clínica, que se apresentava como um centro de tratamento para dependentes químicos e pessoas com deficiência mental.
Durante as diligências, foram identificadas diversas irregularidades no local, destacando-se a presença de grades nas portas e janelas de todos os quartos. Os depoimentos dos cerca de 50 pacientes, colhidos ao longo de quase 24 horas, revelaram inúmeros casos de maus-tratos, desde agressões físicas até o uso de sedativos como forma de punição. Além disso, os responsáveis pela clínica não apresentaram a documentação exigida por lei para realizar internações voluntárias e involuntárias.
A polícia também descobriu uma ligação clandestina de energia elétrica no local, conhecida popularmente como “gato”. Diante das evidências, o casal administrador da clínica foi autuado em flagrante por cárcere privado qualificado, maus-tratos e furto de energia elétrica.
Os 70 pacientes mantidos no estabelecimento foram libertados e ficaram sob os cuidados das autoridades competentes das Secretarias de Saúde e Assistência Social do Estado e do Município. Na quarta-feira, dia 7, as prisões em flagrante foram convertidas em preventivas pelo Poder Judiciário, e o casal foi encaminhado às respectivas Unidades Penais Masculina e Feminina de Palmas, permanecendo à disposição da Justiça.