Depois de ser alvo de repetidas referências racistas por parte de uma mãe de aluna, uma professora de uma escola particular de Palmas, localizada na 106 Sul, denunciou o caso à Polícia Civil. Segundo ela, a mulher passou vários dias se referindo a ela como “negrinha do cabelo cacheado” durante a entrega da criança, atitude que se manteve mesmo após manifestações de afeto da aluna com a docente. O caso foi registrado na 1ª Delegacia Especializada de Atendimento à Vulneráveis (DEAV), que abriu inquérito por injúria racial e racismo.

De acordo com o boletim de ocorrência, que o Jornal Opção Tocantins teve acesso, a situação teria se repetido por vários dias no momento em que a criança era recebida pela professora, apesar de a menina demonstrar afeto pela educadora. A mãe, segundo relatos de testemunhas e funcionários da escola, chegou a solicitar reunião com a direção, quando se referiu à docente como “moreninha do cabelo cacheado” e pediu fotos das profissionais para identificar quem trabalhava na unidade.

O depoimento da direção da escola confirma que a mãe insistia em não deixar a filha aos cuidados da professora em questão. Em uma das ocasiões, ao sair do local, teria questionado a psicóloga sobre “o nome daquela professora”, gesticulando em referência à cor da pele da educadora.

A vítima relatou que inicialmente evitou reportar o caso por medo de perder o emprego, mas decidiu procurar a polícia após a repetição das ofensas. Ela formalizou representação criminal. O inquérito deve ouvir vítimas, testemunhas e a mãe da criança, além de solicitar à escola documentos relacionados ao pedido de cancelamento da matrícula.

A investigação apura os crimes de injúria racial (art. 140 do Código Penal) e racismo (art. 20 da Lei 7.716/89).