O número de beneficiários do programa Bolsa Família ainda é maior que o de trabalhadores com carteira assinada em 13 dos 27 estados do Brasil. Antes da pandemia eram apenas 8. O número subiu para 10 em 2020. Já em 2022 eram 12, em 2023 foi majorado para 13, número que se manteve durante 2024, até o momento atual. O número se eleva quando adicionado o Nordeste, onde todos os estados possuem mais beneficiários do programa do que empregados. Em contrapartida, na região Norte apenas o Tocantins, Roraima e Rondônia possuem mais carteiras assinadas que beneficiários.

Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e do Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), o Tocantins tem 160.389 pessoas que recebem o auxílio, enquanto 253.523 trabalhadores estão registrados. Uma proporção de 63,33% de benefícios para cada 100 pessoas com carteira. A paridade vem caindo a cada ano que passa. Em 2020, era de 68,45%, em 2022 foi para 65,23%. A diminuição é um indicativo que o número de trabalhadores no Estado vem crescendo. Nos três últimos anos, as carteiras assinadas aumentaram 10,5%, enquanto o número de benefícios aumentou 2,7%.

Em termos nacionais, o Estado com maior dependência do Bolsa Família é o Maranhão com 1.222.362 de pessoas. Paralelamente, 640.546 pessoas estão com carteiras de trabalho registradas. Proporcionalmente, é como se a cada duas pessoas que recebem o benefício houvesse um trabalhador com carteira assinada. Já o estado com menor proporção é o de Santa Catarina que conta com 10 trabalhadores formais para cada beneficiário do auxílio.

Fator pandemia e eleição

Dados do MDS apontam que no ano de 2020 – antes da pandemia – o Brasil contava com 39,6 milhões de trabalhadores formais e 13,2 milhões de beneficiários do Bolsa Família. O número de beneficiários subiu para 14,5 milhões em dezembro de 2021. Já em 2022, ano da recuperação pós-pandemia e véspera de eleição nacional, o governo federal viu aumentar o número de beneficiários para 21,6 milhões.