O que o 7 de setembro deveria ser (e não é)

09 setembro 2025 às 10h20

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Com camisas da seleção, óculos escuros, carros de som e bandeiras tremulando (inclusive de outros países), o 7 de setembro tem deixado de ser uma data histórica para se transformar em um “carnaval de segundo semestre”. Uma festa patriótica, pero no mucho, já que até a bandeira dos Estados Unidos foi estendida na Avenida Paulista, Goiânia e outras cidades. Essa situação acabou convertendo uma celebração cívica em uma manifestação de pautas políticas e, muitas vezes, em palanque para as próximas eleições presidenciais.
Por exemplo, além de estender a bandeira americana como provocação ao governo federal pelo “tarifaço” do presidente dos EUA, Donald Trump, e pela aplicação da Lei Magnitsky contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), a data também foi usada para defender a anistia aos presos pela tentativa de golpe de 8 de janeiro de 2023. Uma situação que tende ao contraditório, já que a defesa da anistia pode reduzir a importância dos atos antidemocráticos e incentivar a impunidade.
Enquanto pede anistia para o ex-presidente Jair Bolsonaro, o bolsonarismo usa a ocasião como palanque para impulsioná-lo. Essa mesma onda é aproveitada por outros integrantes da direita e oposicionistas do atual governo, como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que buscam capitalizar o momento para ganhar visibilidade política.
Entretanto, o 7 de setembro poderia e deveria ser muito mais do que isso. Em um país marcado por profunda polarização política, a data deveria incentivar o debate sobre os pilares da democracia, ressaltando a importância do respeito às instituições e da participação cidadã ativa como fundamentos para a construção de uma sociedade justa e plural.
Também seria importante aproveitar o dia para falar sobre as desigualdades sociais e a defesa dos direitos humanos. O Brasil ainda enfrenta enormes desigualdades sociais e econômicas, e só enfrentando isso vamos conseguir realizar plenamente os ideais de independência e soberania para todo mundo.
No fim, o 7 de setembro deveria ser uma oportunidade para fortalecer a cultura da paz, da tolerância e do diálogo entre as diferentes pessoas e ideias que fazem o Brasil ser o que é.