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Amanda Simões: “o mais importante é continuar lutando por si mesmas e pelas futuras gerações”

Para abordar os avanços e os desafios que as mulheres ainda enfrentam na sociedade, o Jornal Opção Tocantins conversou com a advogada Amanda Simões, que ressaltou a necessidade de manter o debate sobre igualdade de gênero e refletir sobre os direitos conquistados e aqueles que ainda precisam se tornar realidade

O aumento das ondas de calor, as mudanças climáticas e a concentração de renda

Bonny Fonseca

Estudos indicam que o número de dias com ondas de calor no Brasil aumentou significativamente nos últimos 60 anos. Entre 1961 e 1990, registrava-se uma média de sete dias por ano com temperaturas extremas, enquanto no período de 2011 a 2020 esse número subiu para 52 dias. Outra pesquisa recente confirma essa tendência, apontando um crescimento progressivo na quantidade e intensidade das ondas de calor na região central da América do Sul. Em 2023, o Brasil enfrentou nove episódios, seguido de oito em 2024, e já nos dois primeiros meses de 2025, foram contabilizados três eventos, conforme dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).

A pesquisadora Renata Libonati, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, destaca que o calor é um desastre frequentemente negligenciado no Brasil e em outras regiões tropicais. Segundo ela, ao contrário de deslizamentos de terra e inundações, que possuem um impacto visual imediato, as ondas de calor não são percebidas como um desastre, apesar de seus efeitos devastadores na saúde pública. Libonati também alerta para a falsa crença de que habitantes de regiões tropicais estão acostumados ao calor e, portanto, imunes a seus efeitos adversos. Ela enfatiza a necessidade de ampliar a conscientização sobre os riscos associados a esse fenômeno.

A Europa começou a tratar o tema com mais seriedade a partir de 2003, quando uma onda de calor causou aproximadamente 70 mil mortes. Desde então, países europeus implementaram protocolos de enfrentamento, adaptações urbanas, medidas preventivas e alertas para a população. Em contrapartida, o Brasil ainda está atrasado na adoção de estratégias de mitigação, mesmo diante do impacto significativo das ondas de calor em termos de mortalidade e internações hospitalares.

Libonati é coautora de um estudo que analisou a relação entre ondas de calor e mortalidade em 14 das principais regiões metropolitanas do Brasil entre 2000 e 2018, abrangendo 35% da população do país. A pesquisa examinou mais de sete milhões de óbitos e identificou as principais causas de morte associadas às altas temperaturas, bem como os grupos mais vulneráveis.

O pesquisador Djacinto dos Santos, primeiro autor do estudo, explica que foram atribuídas aproximadamente 48 mil mortes à exposição prolongada ao calor excessivo nesse período. No entanto, esses óbitos não são oficialmente classificados como relacionados ao calor, pois as mortes geralmente decorrem de doenças cardiovasculares, respiratórias, renais e outras condições preexistentes agravadas pelo calor intenso. O número de mortes associadas às ondas de calor é 20 vezes maior do que o de óbitos causados por deslizamentos de terra no mesmo período.

A subnotificação é um dos grandes desafios quando se trata das ondas de calor como emergência de saúde pública. O sistema de saúde brasileiro possui um código internacional de doença (CID) específico para calor excessivo (X30 – Exposição a calor natural excessivo), mas apenas 50 óbitos foram oficialmente registrados com essa classificação em todo o país.

As consequências das altas temperaturas prolongadas incluem o agravamento de doenças cardiovasculares e respiratórias, além do aumento de casos de câncer de pele, doenças do sistema nervoso e geniturinário, transtornos mentais e metabólicos. Há também um risco maior de nascimentos prematuros. Além disso, a exposição prolongada ao calor pode levar à exaustão térmica, insolação, desidratação e queimaduras. Há ainda uma relação entre calor extremo e aumento da irritabilidade, o que pode resultar em maior incidência de acidentes de trânsito e violência.

Vulnerabilidade socioeconômica

O estudo também revelou que certos grupos populacionais são mais vulneráveis aos impactos das ondas de calor. Mulheres, idosos, pessoas negras e pardas, e aqueles com baixa escolaridade foram os mais afetados. Segundo Libonati, a maior vulnerabilidade desses grupos não se deve a fatores fisiológicos, mas sim a determinantes socioeconômicos.

Djacinto dos Santos destaca que, embora as ondas de calor atinjam todas as regiões do Brasil, seus impactos não são distribuídos de maneira equitativa. A capacidade de adaptação desempenha um papel crucial na proteção contra as temperaturas extremas.

Fatores como acesso a ar-condicionado, infraestrutura urbana adequada, áreas arborizadas e ventilação adequada são determinantes para mitigar os impactos das ondas de calor. Regiões marginalizadas, que possuem menos vegetação e condições precárias de habitação, sofrem mais com as temperaturas elevadas. Além disso, trabalhadores expostos ao ar livre, como garis e operários da construção civil, bem como aqueles que passam longas horas em transportes públicos sem climatização, estão entre os mais vulneráveis.

O reconhecimento das ondas de calor como um desastre climático e a adoção de medidas preventivas são essenciais para minimizar seus impactos na saúde pública e na sociedade como um todo.

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Flores, parabéns e um buraco em nosso espaço

Jaqueline Moraes *

O Dia da Mulher chega e, como um grande bingo do óbvio, as mesmas coisas acontecem: flores, chocolates, frases motivacionais escritas por homens que jamais dividiriam uma reunião de poder com uma mulher sem interrompê-la pelo menos três vezes. Oito de março é lindo, inspirador, emocionante. Até que acaba. E a gente volta pro mesmo lugar de sempre.

No Tocantins, a gente olha para a política e parece um álbum de figurinha onde esqueceram de colar as nossas. Dos 24 deputados estaduais, só três são mulheres. Na Câmara Federal? Nada. No Executivo, até estamos lá, mas quase sempre em cargos que envolvem acolher, cuidar, organizar. Nunca no comando de fato. Nunca na linha de frente. É quase como se dissesse: “podem entrar, mas fiquem ali no canto”.

E enquanto isso, os números de violência contra a mulher crescem. O feminicídio aumenta. Os casos de abuso se repetem. Todo mundo fica horrorizado por dois minutos e volta a falar sobre outra coisa. Mas e as políticas públicas? Ah, essas são como aquele crush que diz que vai te ligar e some. Só aparecem quando dá, quando tem interesse, quando é conveniente.

A verdade é que ensinaram a gente a aceitar migalhas. A baixar a cabeça quando nos cortam no meio de uma frase. A acreditar que política é coisa de homem porque “ah, é muito suja”. Como se o mundo aqui fora fosse um spa. Como se a gente já não precisasse brigar todos os dias para existir, para ser ouvida, para sair na rua sem medo.

Então, parabéns pelo nosso dia. De verdade. Mas, se puder, guarde as flores e nos dê espaço. Nos dê segurança. Nos dê direitos. Porque a gente não quer só um dia bonito no calendário. A gente quer o ano todo. E os espaços? Ah, eles precisam ser nossos também. Nao foram vocês que disseram hoje que "lugar de mulher é onde ela quiser"?

* Aos 30 anos é jornalista, poetisa, feminista e ativista cultural. Acredita que as palavras têm poder, mas que nenhuma é tão forte quanto a voz de uma mulher ocupando seu espaço.

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