Palmas é uma das 15 capitais brasileiras que não possuem um Plano de Mudanças Climáticas estruturado para mitigar riscos de eventos extremos, como o que aconteceu no Rio Grande do Sul, onde a capital, Porto Alegre, também não tem o plano. O alerta tem pairado sobre o Brasil inteiro após os atuais e severos danos que a crise climática no Rio Grande do Sul trouxe. O país também sente na pele a gravidade de diversos impactos ambientais.

Os dados são do levantamento do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), vinculado à Secretaria de Estado de Economia e Planejamento (SEP) do Espírito Santo. Conforme o estudo, que foi feito no início de maio com a consulta de informações oficiais das prefeituras, além de Palmas e Porto Alegre, não possuem plano Belém (PA), Boa Vista (RR), Macapá (AP), Manaus (AM), Porto Velho (RO), Aracajú (SE), Maceió (AL), Natal (RN), São Luís (MA), Campo Grande (MS), Cuiabá (MT), Goiânia (GO) e Vitória (ES).

O Jornal Opção Tocantins questionou a prefeitura de Palmas sobre o porquê de não existir um plano para o enfrentamento à crise climática e aguarda um retorno. O espaço está aberto. Na semana passada, a prefeitura publicou uma matéria em que informava que a gestão estava fazendo uma oficina para elaboração de plano de contingência integrado para riscos de emergências em saúde. Saiba mais.

Planos prontos

Além do Distrito Federal, as onze capitais brasileiras que têm o plano são: Belo Horizonte (MG), Curitiba (PR), Fortaleza (CE), Florianópolis (SC), João Pessoa (PB), Recife (PE), Rio Branco (AC), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA), Teresina (PI) e São Paulo (SP). Ainda de acordo com o levantamento, Manaus, Belém, Vitória e Porto Alegre têm uma estratégia em andamento, mas ainda não concluída.

Negligência de gestores

Pablo Lira, diretor geral do IJSN, disse que o levantamento demonstra uma certa negligência dos gestores para a elaboração desse plano em 15 capitais. “Se o poder público planeja e estabelece estratégias de gestão local para prevenção, mitigação e adaptação aos eventos climáticos extremos, ele consegue salvar vidas, amenizar danos e reduzir impactos de eventos extremos nos municípios.

O estudo destaca a importância da criação de um Plano de Mudanças Climáticas, alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) número 13 da Organização das Nações Unidas (ONU), que visa fortalecer a resiliência e a capacidade de adaptação aos riscos relacionados ao clima e catástrofes naturais.

Lira observa que a frequência de eventos climáticos extremos aumentará, exigindo preparação das cidades brasileiras para monitorar riscos, mitigar os efeitos dos desastres climáticos e adotar medidas preventivas. Tais documentos são essenciais não apenas para estabelecer metas de redução de emissões, mas também para planejar o manejo de populações em áreas de risco e desenvolver iniciativas de longo prazo para o desenvolvimento sustentável.

A expectativa era que a pesquisa revelasse que a maioria das capitais brasileiras já teria elaborado seu plano municipal de mudanças climáticas, porém, para o diretor, os resultados são preocupantes. Lira ressalta que isso evidencia um nível de negligência e falta de responsabilidade por parte dos gestores das 15 capitais analisadas (Com informações do jornal OGlobo).