A desembargadora Etelvina Maria Sampaio Felipe negou o pedido de habeas corpus em segunda instância para que Maria Karollyny Campos Ferreira, conhecida como Karol Digital, e o namorado dela, Dhemerson Rezende Costa, cumprissem prisão domiciliar. A decisão foi publicada na terça-feira, 2, e manteve o entendimento já adotado pela primeira instância.

Na decisão, a magistrada destacou que, segundo as investigações, parte das atividades ilícitas teria sido realizada no ambiente doméstico, inclusive com uso da imagem da filha da influenciadora em conteúdos divulgados nas redes sociais, o que afastaria a aplicação de precedentes que costumam beneficiar mães com filhos pequenos. Também foi determinada a realização de perícia médica oficial para avaliar as condições de saúde de Karol, que passou por cirurgia pouco antes de ser presa.

Karol e Dhemerson foram detidos no dia 22 de agosto, em Araguaína, durante a Operação FRAUS, conduzida pela Diretoria de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (DRACCO) e pela 1ª Divisão Especializada de Repressão ao Crime Organizado (DEIC – Palmas), com apoio de órgãos federais e estaduais. Eles são investigados por suspeita de envolvimento com exploração ilegal de jogos de azar, associação criminosa, lavagem de dinheiro e crime contra a economia popular.

Investigação

De acordo com o inquérito, a influenciadora teria movimentado mais de R$ 217 milhões entre janeiro de 2019 e outubro de 2024. Durante o cumprimento dos mandados, foram apreendidos sete veículos de luxo avaliados em mais de R$ 5,5 milhões, incluindo um Porsche e uma McLaren. Também houve sequestro de imóveis em Araguaína, Babaçulândia e Palmeirante, além de uma fazenda com criação de bovinos e cavalos de raça, avaliada em cerca de R$ 8 milhões.

Ainda segundo a Polícia Civil, parte dos bens foi transferida para empresas ligadas à influenciadora, configurando tentativa de ocultação patrimonial. As investigações apontam ainda que Karol promovia plataformas de apostas online prometendo ganhos a seguidores, mas utilizava resultados de sistemas diferentes dos que divulgava, o que teria gerado prejuízos a diversos usuários.

A defesa de Karol e Dhemerson informou, no dia da prisão, que recorreu ao Supremo Tribunal Federal por entender que há ilegalidades na investigação e afirmou que os clientes não têm envolvimento com práticas ilícitas. Até a publicação desta reportagem, os advogados não haviam se manifestado sobre a nova decisão.

Com informações da TV Anhanguera

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