O policial militar Edson Vieira Fernandes, 54 anos, será julgado pelo Tribunal do Júri sob acusação de participar do assassinato de Jefferson Moura Ribeiro, de 22 anos, ocorrido em setembro de 2017 em Gurupi. A decisão é do juiz Jossanner Nery Nogueira Luna, da Vara Especializada no Combate à Violência contra a Mulher e Crimes Dolosos contra a Vida.

A denúncia do Ministério Público sustenta que Fernandes agia em coautoria com outro homem, disparando contra a vítima em frente à casa dela, sem chance de defesa. O homicídio é descrito como praticado por motivo torpe, com o objetivo de eliminar “elementos indesejáveis da sociedade”.

O magistrado negou o pedido da defesa pela impronúncia e destacou que nesta fase do processo bastam provas da materialidade do crime e indícios de autoria. Laudos periciais, incluindo exame de necropsia e confronto balístico, apontam que os projéteis que mataram Jefferson partiram do mesmo revólver apreendido com Fernandes em 2018, quando ele foi preso por outro crime.

Segundo a decisão, o caso não é isolado. O policial militar responde a pelo menos dez ações penais por assassinatos cometidos entre 2017 e 2018, com características de atuação típica de grupo de extermínio. Em uma dessas ações, já submetida ao Tribunal do Júri, ele foi condenado a 16 anos e 7 meses de prisão pela morte de Daniel Pereira dos Santos, em julho de 2018, sentença ainda pendente de recurso.

O juiz determinou a manutenção da prisão preventiva do acusado, citando a gravidade dos fatos e o risco à ordem pública. Caso a decisão seja confirmada em instâncias superiores, Edson Vieira Fernandes enfrentará júri popular por homicídio qualificado, com dois agravantes: motivo torpe e recurso que dificultou a defesa da vítima.