Pobreza cai para 23,9% e extrema pobreza recua para 3,8% no Tocantins, aponta SIS
11 dezembro 2025 às 15h27

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Entre 2023 e 2024, conforme parâmetros definidos pelo Banco Mundial, o Tocantins registrou redução no contingente de pessoas em situação de pobreza (rendimento domiciliar per capita inferior a US$ 6,85 PPC por dia, ou R$ 694 por mês), que passou a representar 23,9% da população. A queda corresponde a 69 mil pessoas a menos nessa condição. Em números absolutos, eram 442 mil pessoas em 2023, ante aproximadamente 372 mil tocantinenses em 2024.
A proporção de pessoas em extrema pobreza (rendimento domiciliar per capita inferior a US$ 2,15 PPC por dia, ou R$ 218 por mês) também diminuiu, variando de 4,2% em 2023 para 3,8% em 2024, o que equivale a uma redução de 6 mil pessoas nessas condições. No estado, 60 mil moradores ainda se encontravam nessa faixa de renda no ano passado. As informações integram o capítulo da Síntese dos Indicadores Sociais (SIS) sobre Padrão de Vida e Distribuição de Rendimentos. No Brasil, 8,6 milhões de pessoas deixaram a situação de pobreza, e o total de brasileiros fora da extrema pobreza aumentou em 1,9 milhão.
Ao simular a inexistência de programas sociais, o estudo indica que a extrema pobreza no Tocantins subiria de 3,8% para 10,3%. O percentual de pessoas em situação de pobreza também aumentaria, passando de 23,9% para 31,6%. Em 2024, a manutenção dos valores pagos pelo programa Bolsa Família acima do período pré-pandemia de COVID-19 influenciou a continuidade da queda tanto da pobreza quanto da extrema pobreza. O desempenho do mercado de trabalho também contribuiu para o movimento, especialmente no recuo da pobreza, mais sensível às variações da renda laboral, enquanto a renda dos extremamente pobres tem maior participação de benefícios sociais.
Tocantins tem 99,5% das crianças de 6 a 10 anos na escola
A SIS revelou que, entre crianças de 6 a 10 anos, a frequência escolar bruta no estado foi de 99,5%. Na faixa de 11 a 14 anos, o índice alcançou 99,9%. Considerando o conjunto de 6 a 14 anos, a média ficou em 99,7%.
Quanto ao tipo de rede de ensino, 91,4% dos estudantes frequentavam instituições públicas, enquanto 8,6% estavam matriculados na rede privada. Em Palmas, o percentual de alunos em escolas particulares foi mais que o dobro do índice estadual, chegando a 20,7%, frente a 79,3% na rede pública. A predominância da rede pública se mantém em todos os níveis de ensino até o superior, onde ocorre a inversão: 60,3% dos estudantes frequentavam instituições privadas, e 39,7% estavam em faculdades públicas. Nos demais níveis, a rede pública concentrava mais de 90% dos estudantes.
A média de anos de estudo das pessoas entre 18 e 25 anos foi de 12,0 anos no Tocantins, com 74% da população nessa faixa etária tendo completado ao menos esse período de escolarização. No país, o índice é de 11,9 anos. O estado apresentou taxa de analfabetismo de 6,6% entre pessoas de 15 anos ou mais, superior à média nacional de 5,3% e a segunda maior da região Norte.
O levantamento identificou que 79 mil jovens de 15 a 29 anos não estudavam e não trabalhavam em 2024. Os que apenas estudavam somaram 100 mil, enquanto 167 mil estavam ocupados. Outros 54 mil conciliavam estudo e trabalho no período.
Taxa de desocupação no Tocantins é a menor da série histórica
Com início da série em 2012, o Tocantins alcançou em 2024 sua menor taxa de desocupação, de 5,5%. O nível de ocupação foi de 60,3% e a taxa de formalização chegou a 44,5%. No total, 754 mil pessoas estavam ocupadas e 44 mil desocupadas. Segundo a SIS, o rendimento médio real do trabalho principal foi de R$ 2.671, e a soma de todas as atividades remuneradas resultou em média de R$ 2.788. No cálculo por hora, o rendimento do trabalho principal ficou em R$ 16,8, enquanto o total de trabalhos alcançou R$ 16,9.
