A Polícia Civil do Tocantins concluiu nesta terça-feira (8) as investigações sobre o desaparecimento de Míria Mendes Sousa Lima, de 19 anos, vista pela última vez em agosto de 2023, em Guaraí. O inquérito aponta que a jovem foi vítima de várias formas de violência e terminou sendo assassinada. Um empresário da cidade, de 53 anos, com quem Míria mantinha um relacionamento, foi indiciado por crimes graves, incluindo feminicídio consumado, tentativa de feminicídio, estupro, tortura e ocultação de cadáver.

Segundo os delegados Joelberth Nunes de Carvalho e Antonione Wandré, Míria viveu em situação de vulnerabilidade, submetida a agressões físicas, abusos psicológicos e sexuais durante o período em que esteve com o suspeito. Em uma das ocasiões, conforme relataram testemunhas e apurou a polícia, ela teria sido empurrada de um carro em movimento pelo companheiro.

As investigações indicam que o corpo da jovem pode ter sido incinerado em uma fornalha de uma cerâmica pertencente ao empresário. A polícia realizou buscas no local, na tentativa de localizar vestígios que comprovem essa hipótese.

Durante a apuração, surgiram relatos de que o investigado teria abusado sexualmente das filhas da jovem, o que, segundo a polícia, pode ter motivado a escalada da violência que culminou no assassinato. Para os investigadores, a descoberta desses abusos por Míria pode ter sido o estopim para o crime.

Além disso, o homem já é apontado como responsável por práticas semelhantes contra outras mulheres em diferentes cidades do Estado, o que reforça o padrão de comportamento violento descrito nos autos. Ao ser ouvido, apresentou versões diferentes sobre os fatos, o que contribuiu para aprofundamento das investigações.

Com a conclusão do inquérito, o caso foi encaminhado ao Ministério Público e ao Judiciário para as providências legais. O suspeito segue preso preventivamente e à disposição da Justiça.