Gustavo Soares

Na manhã desta quinta-feira, 27, a Polícia Federal (PF) deflagrou no Rio de Janeiro uma operação contra ex-diretores da empresa Americanas. Nomeada de operação Disclosure, o objetivo é jogar luz em fraudes contábeis que alcançam o valor de R$ 25,3 bilhões. “Disclosure” significa o ato de fornecer informações para todos interessados na situação de uma empresa. 

Em conjunto com o Ministério Público, foram expedidos dois mandados de prisão preventiva pela 10ª Vara da Justiça Federal do Rio de Janeiro, porém os supostos criminosos e ex-CEOs da empresa – João Guerra Duarte Neto e Miguel Gutierrez – estão fora do país. O juiz também autorizou o sequestro de bens e valores dos alvos da operação.

A ação reuniu cerca de 80 policiais que cumpriram com os 15 mandados de busca e apreensão nas casas dos alvos. As investigações apontam que os empresários investigados cometeram os crimes de manipulação de mercado, uso de informação privilegiada, lavagem de dinheiro, uso de informações privilegiadas, associação criminosa. 

As fraudes contábeis que tem relação a operações de risco sacado, quando se consegue antecipar pagamento a fornecedores por meio de empréstimo. Além disso, as ações da PF revelam fraudes que envolvem contratos de verba de propaganda cooperada (VPC), que são incentivos comerciais, no entanto nunca existiram. 

Fraude de 20 bilhões

Em 2023, depois do fechamento do pregão da Bolsa de Valores, a empresa Americanas identificou inconsistências contábeis com prejuízo contabilizado de R$20 bilhões. Após auditorias, o rombo aumentou para R$ 40 bilhões entre fraudes e lançamento indevidos. Naquele ano a empresa somava mais de 134 mil investidores brasileiros como pessoas físicas. As ações caíram 77,33% depois de divulgados os dados.