Políticos e empresário estão entre os investigados por suspeita de desvio de recursos nas eleições de 2022 no Tocantins

16 outubro 2025 às 07h50

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Entre os investigados pela Polícia Federal estão o vereador de Palmas, Rubens Uchôa (União Brasil), o subprefeito da Capital e ex-vereador, Antônio Vieira da Silva Júnior (PSB), conhecido como Júnior Brasão, a ex-candidata a deputada federal Ângela Maria Cruz Borba (Avante) e o empresário Ramon Flaubert Macedo de Oliveira, proprietário do site Jornal Sou de Palmas. Eles são suspeitos de envolvimento em um esquema de desvio de recursos do Fundo Eleitoral durante as eleições de 2022, por meio de empresas de fachada e notas fiscais falsas.
Entre os investigados está o vereador de Palmas, Rubens Uchôa (União Brasil), que à época concorreu ao cargo de deputado federal. Ele declarou mais de R$ 2,3 milhões em receitas e teve as contas aprovadas pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-TO), mas com ressalvas. O Ministério Público Eleitoral enviou o processo à Superintendência da PF para apurar possíveis irregularidades, após identificar notas fiscais emitidas por empresas cujos responsáveis estariam inscritos em programas sociais.
Durante o cumprimento dos mandados, Rubens Uchôa foi preso em flagrante por porte ilegal de arma de fogo, mas foi liberado horas depois mediante pagamento de fiança de R$ 5 mil. “O vereador está à disposição da Justiça e reafirma seu compromisso com a transparência e o devido processo legal”, informou sua defesa à imprensa.
Outro alvo da operação foi o subprefeito de Palmas, Antônio Vieira da Silva Júnior, conhecido como Júnior Brasão (PSB), que também disputou vaga na Assembleia Legislativa em 2022. Em nota, a defesa informou que ainda não teve acesso completo aos autos, mas que o político está colaborando com as investigações. Ressaltou ainda que suas contas de campanha foram aprovadas sem ressalvas pelo TRE-TO, com pareceres favoráveis do Ministério Público Eleitoral e do órgão técnico do tribunal.
A Polícia Federal também cumpriu mandados contra a ex-candidata a deputada federal Ângela Maria Cruz Borba (Avante). Segundo a decisão judicial que embasou a operação, há indícios de que parte das verbas eleitorais destinadas a campanhas foi desviada por meio de estruturas empresariais simuladas para ocultar os reais beneficiários dos recursos públicos.
Um dos principais investigados é o empresário Ramon Flaubert Macedo de Oliveira, apontado como responsável por sites que teriam emitido notas fiscais para candidatos em nome de supostos laranjas. A defesa de Ramon informou que ainda não teve acesso integral aos autos e que se manifestará assim que isso ocorrer.
A operação foi autorizada pelo juiz Marcelo de Ataídes, que atua como juiz das garantias eleitorais em Palmas, responsável por acompanhar a legalidade das investigações criminais e zelar pelos direitos individuais dos investigados. A Justiça também autorizou a quebra de sigilos bancário e fiscal de pessoas e empresas envolvidas.
O PSB informou que o caso não tem relação com o partido e que a prestação de contas é de responsabilidade individual dos candidatos. Os partidos União Brasil e Avante não responderam aos contatos da imprensa até o fechamento da matéria.
Segundo a decisão judicial obtida pela imprensa, os elementos reunidos até o momento indicam indícios de apropriação indébita eleitoral, lavagem de dinheiro e associação criminosa. O PSB informou à imprensa que a investigação não tem relação com o partido e que a prestação de contas é de responsabilidade individual dos candidatos. A sigla acrescentou ainda que todas as três prestações de contas de seus candidatos foram aprovadas pela Justiça Eleitoral. Já o União Brasil e o Avante, também não responderam aos contatos.
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*Com informações da TV Anhanguera