Servidores da educação de Araguaína foram surpreendidos com o envio à Câmara Municipal do projeto de lei que propõe a reestruturação do Plano de Cargos, Carreira e Remuneração dos Profissionais do Magistério da Educação Básica Pública (PCCR). A iniciativa, encaminhada pelo prefeito Wagner Rodrigues (União Brasil), gerou críticas do Sindicato dos Trabalhadores em Educação no Estado (Sintet).

A proposta atualiza regras e critérios da carreira dos docentes, mantendo o salário-base vinculado ao piso nacional do magistério e outros benefícios, como a Gratificação de Incentivo Profissional (GIP) e a Gratificação de Difícil Acesso (GDA).

De acordo com o texto, a GDA será concedida a servidores que atuam em escolas fora das zonas urbanas, em locais sem transporte público adequado e a, no mínimo, 20 quilômetros da residência do profissional. O valor corresponderá a 3% do piso nacional do magistério e terá caráter indenizatório.

Já a GIP beneficiará profissionais efetivos e estáveis que concluírem cursos de pós-graduação lato sensu (especialização) ou stricto sensu (mestrado e doutorado), com percentuais de acréscimo sobre o salário:

  • 10% para especialização,
  • 25% para mestrado,
  • 30% para doutorado.

O projeto também prevê afastamento remunerado em 50% para servidores que desejarem cursar pós-graduação stricto sensu, por até dois anos (mestrado) ou quatro anos (doutorado), desde que o curso seja em área pedagógica de interesse do município e autorizado pela gestão.

Posicionamento do Sintet

O Sintet Regional de Araguaína manifestou repúdio à proposta, afirmando que o novo texto revoga integralmente as leis anteriores que regem o plano, as Leis nº 1.940 e 2.432/2005, e reduz direitos conquistados historicamente pela categoria.

A principal crítica do sindicato é em relação à redução do percentual de gratificação por titulação (pós-graduação), que hoje é de 50% sobre o salário.

“O prefeito de Araguaína demonstra o desprezo que tem pelos professores ao enviar um projeto dessa natureza sem qualquer diálogo com a categoria, surpreendendo a todos e atacando conquistas históricas do magistério. É um verdadeiro presente de grego aos educadores”, afirmou a direção regional do Sintet em nota.

A entidade também classificou a iniciativa como autoritária e criticou a falta de debate com os trabalhadores da educação.

A votação do projeto, prevista para ocorrer nesta segunda-feira, 13, foi adiada após um curto-circuito nas instalações elétricas da Câmara Municipal, que levou à suspensão da sessão e evacuação do plenário.

O Sintet informou que continuará mobilizado e vigilante para tentar barrar o que considera um retrocesso nos direitos da categoria e cobrou abertura de diálogo com o Executivo municipal.