Presidente da Adapec é pai de ex-prefeito de Alvorada, alvo de operação que apura fraude na merenda escolar que movimentou R$ 4 milhões
03 dezembro 2025 às 14h14

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O presidente da Agência de Defesa Agropecuária do Tocantins (Adapec), Paulo Antônio de Lima, é pai do ex-prefeito de Alvorada, Paulo Antônio de Lima Segundo (DEM), principal alvo da operação Banquete de Cinzas, deflagrada pela Polícia Civil nesta quarta-feira, 3. A ação investiga um suposto esquema de fraude em contratos da merenda escolar que, segundo a corporação, movimentou mais de R$ 4 milhões em recursos públicos.
A informação sobre o vínculo familiar não foi mencionada pelas autoridades durante a operação, mas consta no perfil institucional do dirigente, publicado em canais oficiais. Paulo Lima está à frente da Adapec desde janeiro de 2021 e é considerado um dos nomes de maior influência na defesa agropecuária do estado, com forte atuação na cadeia produtiva do Tocantins.
Durante a operação, o filho do ex-prefeito, Alcemir Neto, foi preso em flagrante após jogar um celular pela janela do apartamento no momento em que os policiais cumpriam mandado de busca. A defesa disse que a ação é “uma investigação normal” e que os investigados estão à disposição da Justiça.
Trajetória de Paulo Lima
Natural de Itaberaí (GO), Paulo Antônio de Lima tem mais de 50 anos de atuação no setor agropecuário. Foi presidente do Sindicato Rural de Alvorada, diretor financeiro e presidente interino da Federação da Agricultura e Pecuária do Tocantins (Faet). Também já ocupou cargos no Senado Federal e no Hospital Regional de Alvorada.
Até o momento, não houve manifestação pública da Adapec ou do governo do Tocantins sobre a operação envolvendo o filho do presidente. O espaço para manifestação está aberto.
Sobre a operação
A Banquete de Cinzas cumpriu 14 mandados de busca em Palmas, Alvorada, Gurupi e Nova Rosalândia. Quatro veículos foram apreendidos, e a Polícia Civil aponta suspeitas de fraude à licitação, peculato, lavagem de dinheiro e associação criminosa.
As investigações indicam que o ex-prefeito de Alvorada teria recebido um caminhão como propina para favorecer contratos de merenda escolar durante sua gestão. O TRF-1 determinou que o caso fosse transferido da Polícia Federal para a Polícia Civil por entender que a competência era da Justiça Estadual.
A Prefeitura de Alvorada afirmou que os fatos são de gestões anteriores e que a administração atual não foi alvo da operação.
