A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) rejeitou, por unanimidade, os recursos apresentados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e por outros seis réus classificados como núcleo central da tentativa de golpe de Estado. A decisão, tomada em julgamento virtual encerrado às 23h59 de sexta-feira (14), mantém as condenações já impostas aos envolvidos.

Com a rejeição dos embargos de declaração, fica preservada a pena de 27 anos e três meses de prisão aplicada a Bolsonaro. As defesas buscavam reduzir penas e afastar o início do cumprimento em regime fechado, mas não obtiveram votos favoráveis.

Pelas normas do STF, novos recursos só teriam possibilidade de análise caso houvesse ao menos dois votos pela absolvição, o que não ocorreu. Mesmo que haja apresentação de embargos infringentes, o relator, ministro Alexandre de Moraes, pode considerá-los meramente protelatórios e concluir pela manutenção imediata do entendimento da Turma.

O próximo passo será a publicação do acórdão, ainda sem data prevista. A partir desse ato, ocorre o trânsito em julgado e a prisão dos condenados deve ser decretada.

Atualmente, Bolsonaro está preso de forma cautelar no âmbito de outro inquérito, que apura a articulação do chamado “tarifaço” dos Estados Unidos contra o Brasil. Com o trânsito em julgado, a pena definitiva deverá ser cumprida no presídio da Papuda, em Brasília, ou em instalação especial da Polícia Federal. A defesa poderá solicitar prisão domiciliar, alegando condições de saúde, a exemplo do que ocorreu no processo do ex-presidente Fernando Collor.

Entre os demais condenados, que incluem militares e ex-integrantes do governo, está previsto o cumprimento da pena em unidades das Forças Armadas ou alas reservadas da Papuda. Foram mantidas as condenações de Walter Braga Netto, Almir Garnier, Anderson Torres, Augusto Heleno, Paulo Sérgio Nogueira e Alexandre Ramagem.

O ex-ajudante de ordens Mauro Cid, que firmou delação premiada, não recorreu. Ele cumpre pena em regime aberto e já não utiliza tornozeleira eletrônica.