Os profissionais da educação de Araguaína declararam estado de greve em resposta ao projeto de lei encaminhado pelo prefeito, Wagner Rodrigues (União), à Câmara Municipal, que visa mudar o atual Plano de Carreira do Magistério. Na manhã desta terça-feira, 21, a categoria realizou nova assembleia e ocupou o plenário da Câmara, em ato de resistência e mobilização contra a retirada de direitos.

O movimento sindical e os professores dizem que o projeto representa “um retrocesso sem precedentes”, pois “desmonta avanços conquistados com muito esforço, como a progressão funcional, a valorização por tempo de serviço e o reconhecimento do mérito profissional”.

A presidenta do Sindicato dos Trabalhadores em Educação no Estado do Tocantins (Sintet) Regional de Araguaína, Rosy Franca, também se manifestou, “Não se trata apenas de um plano de carreira. É o respeito à história da educação de Araguaína.”

O sindicato e os conselhos da educação destacam que a categoria segue mobilizada e em estado de alerta permanente, acompanhando de perto a tramitação do projeto na Câmara e convocando toda a sociedade a se unir em defesa da valorização docente e da escola pública de qualidade.

A prefeitura de Araguaína emitiu nota sobre o caso:

A Prefeitura de Araguaína Informa que monitora o impacto da greve em todas as creches e escolas municipais e que trabalha para garantir o funcionamento normal de todas as unidades.

O Município sempre foi transparente e receptivo às demandas da categoria, por isso enviou à Câmara de Vereadores, no último dia 10 de outubro, a nova proposta do PCCR (Plano de Cargo, Carreira e Remuneração) do Magistério, assegurando os direitos de progressão e outros benefícios, e conciliando com a realidade financeira e capacidade de pagamento do Município.

A respeito da implementação do 1/3 da hora atividade dos profissionais do magistério, a prefeitura ressalta que acolheu a demanda e apresentou ao sindicato um estudo de impacto no atual ano letivo. Diante disso, foi proposto que os novos períodos para planejamento e livre docência dos professores efetivos tivessem início em janeiro de 2026, como forma de assegurar o bom andamento das aulas e avaliações educacionais previstas ainda para este ano.

Sobre o PCCR dos servidores administrativos da Educação, a prefeitura esclarece que a categoria será contemplada dentro do PCCR do Quadro Geral, que será o próximo a ser trabalhado pelo Município após a aprovação do PCCR do Magistério.

Nos últimos quatro anos, os investimentos na Educação foram um dos maiores na história da cidade, com abertura de novas escolas, ampliação e reestruturação de outras, novos materiais didáticos, equipamentos de lazer, ar-condicionado em todas as unidades, inclusive na zona rural, entre outros melhorias. O salário atualmente pago para os professores da rede municipal é o terceiro maior do Brasil, melhor, inclusive, do que salários de escolas particulares.