Ricardo Ayres perde relatoria da CPMI do INSS após vitória da oposição

20 agosto 2025 às 13h45

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O deputado Ricardo Ayres (Republicanos-TO) sofreu revés nesta quarta-feira (20) com a instalação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, criada para apurar descontos ilegais em aposentadorias e pensões. A oposição derrotou o governo e emplacou o senador Carlos Viana (Podemos-MG) na presidência, retirando Ayres da relatoria da comissão.
Ayres já se preparava para assumir o cargo de relator e planejava ampliar o escopo das investigações, incluindo irregularidades na concessão de empréstimos consignados. Após a derrota, a relatoria foi destinada a Alfredo Gaspar (União-AL), ligado à ala bolsonarista da Câmara.
Em manifestação nas redes sociais, Ayres disse lamentar a perda da relatoria, mas afirmou que continuará atuando na comissão.
A eleição de Viana, por 17 votos a 14, superou a indicação de Omar Aziz (PSD-AM), apoiado pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre, e com aval do presidente Lula. A vitória da oposição foi resultado de articulação de última hora, garantindo três votos a mais do que o governo contava.
A CPMI foi criada após a Operação Sem Desconto, conduzida pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União (CGU), que revelou fraudes envolvendo falsificação de assinaturas, uso indevido de dados de beneficiários e criação de entidades de fachada, gerando prejuízos superiores a R$ 6,4 bilhões.
Com a presidência sob comando de Viana, a oposição pretende direcionar o foco da comissão à atual gestão, enquanto a base governista deve tentar associar as fraudes a gestões anteriores, principalmente ao governo Bolsonaro. Apesar da mudança, Ricardo Ayres permanece como peça central nas investigações, defendendo um olhar mais amplo sobre os esquemas de descontos ilegais.