O Superior Tribunal de Justiça (STJ) revogou nesta sexta-feira, 3, as medidas cautelares impostas ao ex-governador do Tocantins, Mauro Carlesse (Agir), e ao ex-secretário de Estado Claudinei Quaresemin, sobrinho do político. A decisão é do ministro Mauro Campbell, que acolheu pedidos apresentados pelas defesas.

Entre as restrições agora suspensas estavam: comparecimento bimestral em juízo, proibição de contato com investigados e testemunhas, impedimento de exercer cargos públicos, proibição de se ausentar da comarca e do país, além da obrigação de entregar o passaporte à Justiça.

Carlesse havia sido preso preventivamente em 15 de dezembro de 2024, na zona rural de São Valério, por suspeita de envolvimento em esquema de corrupção e de tentativa de fuga internacional com auxílio do sobrinho. A defesa argumentou que a prisão foi decretada com base em elementos considerados irregulares, tese que foi acolhida pelo STJ.

O ex-governador permaneceu preso por pouco mais de dois meses no Quartel do Comando Geral da Polícia Militar, em Palmas, e obteve liberdade provisória em fevereiro de 2025, mediante cumprimento das medidas cautelares agora anuladas.

Segundo a investigação, Carlesse e Quaresemin teriam providenciado documentos e residência no Uruguai e na Itália, além de diálogos que indicariam intenção de deixar o país. O político, no entanto, negou plano de fuga e disse que o passaporte italiano era para viagens de férias.

Carlesse é alvo de pelo menos cinco investigações, incluindo as operações Hygea e Éris, que apuram suspeitas de pagamento de propina no plano de saúde dos servidores públicos e de interferência na Polícia Civil. Ele governou o Tocantins entre 2018 e 2021, quando renunciou para evitar um processo de impeachment. O ex-governador responde ainda a ações por corrupção, fraude em licitação, lavagem de dinheiro, organização criminosa e peculato.

A defesa de Carlesse afirmou que a decisão reconhece a nulidade da prisão e reforça que não houve provas concretas para sua decretação. A defesa de Claudinei Quaresemin não foi localizada pela reportagem.

*Com informações do G1 Tocantins