Mesmo com a redução de 75% nos casos de dengue em 2025, o Ministério da Saúde reforçou nesta segunda-feira, 3, que o combate ao mosquito Aedes aegypti deve continuar em todo o país. O Tocantins está entre os estados que permanecem em situação de alerta para a transmissão de dengue, zika e chikungunya, conforme o 3º Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa), realizado entre agosto e outubro.

O levantamento apontou que 30% dos municípios brasileiros apresentam risco ou alerta para as arboviroses, com destaque para regiões do Centro-Oeste, Nordeste e Norte, incluindo o Tocantins. O Ministério da Saúde defende que o trabalho de prevenção comece antes do período de maior transmissão, que ocorre nos primeiros meses do ano.

Durante o lançamento da campanha nacional “Não dê chance para dengue, zika e chikungunya”, o ministro Alexandre Padilha destacou que, mesmo com a redução expressiva de casos e mortes em 2025, o cenário climático e o avanço do mosquito em novas áreas exigem atenção contínua. “A dengue continua sendo a principal endemia do país, e o impacto das mudanças climáticas amplia o risco de transmissão em regiões onde antes o mosquito não existia”, afirmou.

O Brasil registrou até o momento 1,6 milhão de casos prováveis, uma queda de 75% em relação ao mesmo período de 2024. As mortes também diminuíram 72%, totalizando 1,6 mil óbitos. A maior concentração de casos segue em São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Goiás e Rio Grande do Sul.

Para ampliar o controle vetorial, o Ministério anunciou R$ 183,5 milhões em novos investimentos voltados à expansão de tecnologias de combate ao mosquito. Entre elas, o método Wolbachia, que reduz a capacidade de transmissão dos vírus. Atualmente presente em 12 municípios brasileiros, o método será levado a outras 70 cidades, incluindo 13 ainda em 2025.

O governo também destacou o uso de estações disseminadoras de larvicidas, a técnica do inseto estéril e a borrifação residual intradomiciliar, com inseticida de longa duração. O Dia D da Dengue, marcado para este sábado, 8, mobilizará estados e municípios em ações de conscientização.

Em 2024 e 2025, o Brasil também avançou na vacinação contra a dengue, priorizando crianças e adolescentes de 10 a 14 anos em mais de 2,7 mil municípios. Mais de 10 milhões de doses já foram distribuídas e outras 9 milhões estão previstas para 2026. O Instituto Butantan aguarda o registro da vacina nacional pela Anvisa até o fim do ano, com previsão de produção em larga escala a partir de 2026.

Além do investimento em vacinas e tecnologias, o Ministério reforça a importância da participação da população na eliminação de criadouros, vedação de reservatórios, limpeza de calhas e adoção de medidas preventivas nas residências. O Tocantins, por estar em região de clima quente e úmido, segue com atenção redobrada para evitar novo aumento de casos no próximo período chuvoso.