O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, nesta terça-feira, 26, novos dados do Censo 2022 referentes à educação no país. O levantamento, denominado “Educação: resultados preliminares da amostra”, analisou a frequência escolar, o nível de instrução da população e a formação superior dos brasileiros. No Tocantins, os números revelam avanços, mas também desafios, especialmente no acesso ao ensino superior e na conclusão do ensino fundamental.

O levantamento apontou que 86,7% das crianças de 6 a 14 anos frequentavam escola ou creche em 2022. Já na faixa de 0 a 3 anos, esse índice foi de 29,9%, enquanto para crianças de 4 a 5 anos chegou a 85,9%. Entre adolescentes de 15 a 17 anos, a taxa bruta de frequência escolar foi de 86,1%, mas o percentual cai para 28,8% na faixa etária de 18 a 24 anos, evidenciando a dificuldade na permanência dos jovens no ensino superior.

A queda no percentual de escolarização dos jovens segue uma tendência nacional. Segundo o IBGE, entre 2000 e 2022, a frequência escolar cresceu em quase todas as faixas etárias, mas houve uma redução na faixa de 18 a 24 anos, principalmente pelo menor número de estudantes cursando o ensino fundamental ou médio.

O Censo revelou que 33,2% da população do Tocantins com 25 anos ou mais não havia concluído o ensino fundamental em 2022. Entre os demais níveis de escolaridade, 14,1% completaram o ensino fundamental, enquanto 36,4% finalizaram o ensino médio ou chegaram ao ensino superior sem concluir a graduação. Já aqueles com diploma de ensino superior representavam 16,2% da população adulta.

A média de anos de estudo no estado foi de 9,3 anos, ligeiramente abaixo da média nacional de 9,5 anos. Entre os municípios tocantinenses, Palmas lidera o ranking, com 11,4 anos de estudo, seguida por Gurupi (10,4) e Araguaína (10,0). No outro extremo, Recursolândia teve a menor média estadual, com 4,1 anos, e Ponte Alta do Bom Jesus registrou 6,1 anos de estudo.

Diferença de escolaridade entre gênero e raça

As mulheres no Tocantins apresentaram maior escolaridade média em relação aos homens, com 9,9 anos de estudo contra 8,8 anos dos homens, confirmando a tendência nacional de que as mulheres têm maior nível de instrução em quase todas as faixas etárias.

Quando analisados os dados por cor ou raça, pessoas autodeclaradas amarelas tiveram a maior média de escolaridade, com 10,6 anos de estudo, seguidas pelos brancos (10,2), pardos (9,2), pretos (8,6) e indígenas (8,0).

Já na proporção de pessoas com ensino superior completo, 26,9% dos brancos possuíam diploma de graduação, contra 16,0% dos pardos, 13,2% dos pretos e 7,57% da população indígena.

Os dados mostram que as desigualdades raciais no acesso ao ensino superior ainda persistem no Tocantins, acompanhando uma realidade nacional.

Formação superior no Tocantins

O Censo identificou 176.336 pessoas com nível superior completo no Tocantins. A área com o maior número de formados foi “Negócios, administração e direito”, com 52.623 graduados, seguida por “Educação” (38.892) e “Saúde e bem-estar” (31.226). No outro extremo, a área com menor número de formados foi “Serviços”, com 2.632 pessoas.

Entre os cursos específicos, o mais frequentado foi “Formação de professores sem áreas específicas”, com 35.279 graduados, seguido por “Gestão e administração” (20.805), “Direito” (19.543), “Contabilidade e tributação” (10.869) e “Enfermagem” (9.016). O curso de “Medicina” contabilizou 2.748 formados, um dos menores índices proporcionais do país, com 550 habitantes para cada médico graduado.

No cenário nacional, o IBGE destacou que, entre 2000 e 2022, a proporção de brasileiros com nível superior completo quase triplicou, tendência também refletida no Tocantins. No entanto, o estado ainda tem um percentual abaixo da média nacional de graduação.