O Tocantins está entre os cinco estados que irão receber salas de situação móveis por meio de uma parceria firmada entre o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e a Fundação Bunge. O acordo prevê suporte a até 40 brigadas indígenas que poderão atuar diretamente no combate a incêndios florestais e queimadas. A cooperação foi anunciada nesta terça-feira, 29, em Brasília.

A parceria fortalece as ações do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo), vinculado ao Ibama, e está estruturada em dois eixos principais: um voltado à formação e capacitação das brigadas, e outro à manutenção de seis salas de situação móveis nos estados do Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará e Maranhão.

Além da estrutura de apoio, a Fundação Bunge já repassou seis kits compostos por drones e notebooks para comunidades localizadas no Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Pará. Outros equipamentos também estão sendo doados, como computadores de alta performance, monitores, televisores e microfones. As operações de campo contam com sete aeronaves modelo AW119 Koala, utilizadas para o deslocamento rápido das equipes em áreas de difícil acesso.

O prazo de vigência do contrato passou de seis meses para dois anos.

O Centro Prevfogo, que completa 36 anos em 2025, ampliou seu número de brigadas de 77, em 2013, para 106, em 2024. Destas, 61 (57,5%) são brigadas indígenas. O contingente de brigadistas também apresentou crescimento: de 1.792 em 2022 para 2.227 em 2024.

A diretora-executiva da Fundação Bunge, Cláudia Calais, explicou que a multinacional à qual a entidade é ligada, a Bunge, atua em frentes voltadas à valorização de cadeias produtivas com foco em inclusão social, responsabilidade ambiental e economia de baixo carbono.

Nesse contexto, a fundação conduz o Projeto Semêa, que tem como foco a recuperação de áreas degradadas, preservação de vegetação e proteção de recursos hídricos. A iniciativa é aberta a grandes produtores rurais, agricultores familiares e povos tradicionais.

“Essa parceria com o Ibama consiste em oferecer condições, principalmente tecnológicas e de formação, para que os povos tradicionais consigam ser de fato os grandes guardiões de suas áreas, de suas reservas, seja para a questão do combate do fogo e prevenção, seja quanto a ocupações indevidas ou desmatamentos irregulares”, afirmou a representante da Fundação Bunge.