O Atlas Digital de Desastres no Brasil mostrou que o Tocantins teve cerca de  R$ 1,2 bilhão em prejuízos causados por desastres naturais entre 1991 e 2024, período que corresponde a 30 anos. Uma média de aproximadamente R$ 40 milhões em prejuízos anualmente. Ao todo, o estado teve 382 ocorrências da natureza e um óbito. É o estado com o menor número de ocorrências e óbitos por situações como essa no Brasil. 

O Atlas visa fornecer informações sistematizadas sobre desastres, incluindo danos e prejuízos resultantes. Foi criado através de uma cooperação técnica entre o Banco Mundial e a Universidade de Santa Catarina (Ceped/UFSC) do país. 

Conforme os dados, nesses 30 anos, desastres naturais  no Tocantins fizeram com que 19.241 pessoas fossem desalojadas/desabrigadas, 119 se ferissem, 1.083 ficassem doentes. No geral, em todos os municípios do estado, 154.709 pessoas foram afetadas e os danos materiais somam cerca de R$ 140 milhões.

A maior parte dos desastres naturais do Tocantins são inundações, representando 50,26% de todas as ocorrências, seguida de estiagem e seca com 30,37%, incêndio florestal com 6,54% e  enxurradas com 6,54%. O restante das ocorrências se dividem em erosão, alagamentos, dentre outros. Os municípios mais afetados no período foram Araguaína, Araguanã, São Miguel do Tocantins, Arraias e Divinópolis. 

O que diz o governo do Tocantins 

O Jornal Opção do Tocantins questionou ao governo do Tocantins sobre quais têm sido as medidas de prevenção para desastres naturais no Estado, qual o valor investido para a prevenção, se há algum fundo para reparar situações como essas, qual o montante investido, o que pode influenciar esses desastres naturais e se o governo acredita que os números mencionados refletem a realidade.

Por nota, o Corpo de Bombeiros Militar do Tocantins (CBMTO), por meio do Comando de Ações de Defesa Civil, informou à reportagem que considera os incêndios florestais um dos maiores desafios a serem enfrentados. “O Comitê do Fogo, composto por dezenas de instituições, estabelece anualmente o calendário de ações de prevenção, mitigação, preparação e combate aos problemas relacionados a essa categoria de sinistro. As ações conjuntas contribuíram para que o Tocantins, em 2023, registrasse uma redução de 40% nos focos de calor e na área queimada”, diz a nota. 

Acrescenta que  o Tocantins não apresenta padrões de inundações recorrentes em áreas densamente povoadas. “O último registro desse tipo ocorreu em 2022/2023, atingindo áreas rurais, sem registro de óbitos”, diz o posicionamento.

“Em relação à vulnerabilidade a possíveis desastres naturais, a corporação destaca que, caso ocorram, provavelmente estarão relacionados às mudanças climáticas, que deixam a vegetação mais seca, aumentando o risco de incêndios florestais, principalmente no bioma Cerrado”.

Já a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh) informou ao Jornal Opção Tocantins que possui o Projeto de Adensamento da Rede de Monitoramento Hidrometeorológica do Tocantins, com 56 estações hidrometeorológicas telemétricas que monitoram a chuva, os níveis e as vazões dos rios. “Essas estações estão instaladas nas principais bacias hidrográficas do Estado. No momento, todos os cursos hídricos do Tocantins apresentam características normais e não se encontram na cota de alerta para seca ou cheia. As informações fornecidas por essas estações são publicadas diariamente no site da Semarh e também encaminhadas à Defesa Civil”, finalizou o governo.