O aumento no número de focos de queimadas no Tocantins motivou uma reunião, nesta segunda-feira, 24, entre representantes de órgãos estaduais, incluindo o Corpo de Bombeiros Militar do Tocantins (CBMTO), a Defesa Civil e o Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins), com o objetivo de elaborar o Plano Estratégico de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais de 2025. O encontro aconteceu na Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh) e discutiu ações para reforçar o combate, o monitoramento e a responsabilização pelos incêndios florestais.

O plano tem como objetivo melhorar a estrutura e a capacidade operacional dos órgãos envolvidos e promover a conscientização ambiental e adotar medidas para reduzir a ocorrência de incêndios no Estado. Entre as estratégias estão a antecipação das ações de prevenção, monitoramento e combate, com foco na atuação integrada dos órgãos responsáveis.

Cledson Lima, presidente do Naturatins, destacou a importância do planejamento antecipado para mitigar os impactos dos incêndios florestais. “Esse trabalho que estamos realizando aqui hoje é extremamente importante para que, de maneira prévia, possamos ter um planejamento de ações bem estruturado e, assim, executar com antecedência tudo o que for necessário para termos um cenário controlado neste ano. Com essas estratégias integradas, o Governo do Tocantins reafirma seu compromisso com a preservação dos recursos naturais e a proteção das comunidades afetadas pelo fogo”, afirmou.

O comandante-geral do CBMTO, coronel Peterson Queiroz de Ornelas, expressou otimismo quanto às ações adotadas para combater os incêndios. “Estamos empenhados nesse planejamento, e eu tenho certeza de que, neste ano, vamos conseguir reduzir os números de incêndios florestais no Tocantins”, afirmou.

O secretário da Semarh, Marcello Lélis, destacou a determinação do governador Wanderlei Barbosa (Republicanos) em apoiar as ações contra os incêndios. “Por determinação expressa do governador, estamos aqui hoje na segunda reunião do ano, reunidos para traçarmos todo o planejamento de combate ao fogo de 2025. Levantamos todas as demandas e estamos com o plano pronto para apresentar ao governador e a toda a equipe econômica e administrativa do governo”, declarou.

O planejamento estratégico adotado pelas instituições envolvidas está dividido em cinco eixos principais: Prevenção, Monitoramento, Combate, Fiscalização e Comunicação Social. Durante a reunião, foram detalhadas ações específicas para cada um desses eixos.

No eixo de prevenção, o Naturatins, responsável pelas Unidades de Conservação (UCs) estaduais, elaborará estratégias de manejo do fogo, alinhadas ao Manejo Integrado do Fogo (MIF). Além disso, campanhas educativas serão realizadas para conscientizar as comunidades rurais e locais sobre os riscos do uso indiscriminado do fogo e promover alternativas sustentáveis.

No eixo de monitoramento, uma das ações será o uso de drones e outras tecnologias para monitorar áreas de risco nas UCs. Já no eixo de combate, estão previstas ações como o uso de aeronaves para atuar em regiões críticas e a aquisição de equipamentos para a Brigada Gavião Fumaça, visando maior eficiência e segurança nas operações de combate aos incêndios.

Índice de queimadas em 2024

Em 2024, o Tocantins ocupou o sexto lugar no ranking nacional de focos de queimadas, com 37.222 registros em julho, representando 7,4% do total nacional. O número subiu para 116.299 focos em agosto, o que representa 5,2% do país. A comparação entre julho e agosto mostrou um aumento de 122,5%. O clima seco e a época de estiagem, somados ao uso irregular do fogo, contribuíram para esse crescimento.

Embora o estado tenha mantido a sexta posição, sua participação no total de queimadas caiu 29,73%, o que reflete um aumento mais significativo de focos em outros estados. O Tocantins registrou 227.647 focos de queimadas em 2024, correspondendo a 6,1% do total nacional. O Brasil, como um todo, viu um aumento de 345,6% nos focos de queimadas de julho a agosto, passando de 504.172 para 2.246.883 focos. Mato Grosso, Pará e Amazonas apresentaram os maiores aumentos percentuais nesse período.