Um mês após o assassinato do vigia Dhemis Augusto Santos, de 35 anos, o caso segue sem prisões e com o principal suspeito foragido. Nesta segunda-feira, 29, a morte completa 30 dias sem avanço público nas investigações, segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), que afirma não haver novidades e mantém o inquérito sob sigilo.

Dhemis foi morto na noite de 29 de novembro, enquanto trabalhava no Aldeia Mall Shopping, na quadra 203 sul, em Palmas. O crime foi registrado por câmeras de segurança do estabelecimento e ocorreu durante o expediente do vigilante, contratado por uma empresa terceirizada.

De acordo com a investigação, a ocorrência começou no estacionamento da galeria. O suspeito, Waldecir José de Lima Júnior, de 40 anos, estacionou o veículo de forma irregular e atingiu uma baliza sinalizadora. Ao ser advertido por Dhemis, houve uma discussão e em seguida, Waldecir sacou uma arma de fogo e atirou contra o vigia, que morreu no local.

As imagens do circuito interno mostram o momento em que o suspeito gesticula, retira a pistola da cintura e aponta a arma para o rosto da vítima. Mesmo após o disparo, que atingiu Dhemis na região abdominal, o homem continua fazendo ameaças, conforme os registros em vídeo.

Dia seguinte após o crime

No dia seguinte ao crime, 30 de novembro, a 1ª Vara Criminal de Palmas expediu mandado de prisão contra Waldecir. Ele contratou um advogado, que auxiliou a polícia na localização da arma utilizada, mas o suspeito não se apresentou e permanece foragido.

O advogado Zenil Drumond afirmou, ao longo de dezembro, que a decisão de se entregar dependia exclusivamente do cliente. Em declaração mais recente, no domingo, 28, disse lamentar o ocorrido e avaliou que imagens de câmeras externas podem contribuir para o esclarecimento dos fatos.

“Quanto à apresentação do Sr. Waldecir às autoridades, é importante destacar que ninguém é obrigado a se apresentar sem que haja segurança jurídica, e qualquer decisão nesse sentido será tomada no tempo adequado, com base em análise técnica e estratégica”, afirmou.

Waldecir possuía registro ativo de Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC), mas não tinha autorização para portar arma de fogo em local público. Consta ainda que ele foi condenado em 2013 por porte ilegal de arma, após ser flagrado armado em uma churrascaria.

Após o crime, a polícia localizou o veículo utilizado, uma Range Rover Evoque, na residência do suspeito, na região central de Palmas. O carro estava coberto por uma lona e os policiais entraram no imóvel na tentativa de prendê-lo em flagrante, mas a casa estava vazia.

Natural de Sergipe, Dhemis Augusto Santos havia morado na Bahia antes de se mudar para o Tocantins há cerca de um ano, em busca de trabalho. Segundo o responsável pela empresa onde atuava, o vigia estava se estabilizando financeiramente e planejava construir uma família.