Universalização do saneamento na Amazônia Legal deve gerar R$ 330 bilhões e trazer ganhos para o Tocantins

16 setembro 2025 às 09h51

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A universalização do saneamento básico na Amazônia Legal, incluindo o Tocantins, pode gerar benefícios socioeconômicos de quase R$ 330 bilhões até 2040, segundo estudo divulgado nesta terça-feira, 16, pelo Instituto Trata Brasil em parceria com a Ex Ante Consultoria.
No Tocantins, os impactos serão sentidos especialmente em Palmas, onde o retorno estimado é de R$ 157,53 por habitante, considerando ganhos com saúde, produtividade, valorização imobiliária e turismo. O relatório prevê que, após 2040, o legado da universalização na região trará R$ 972 bilhões acumulados, representando um retorno de R$ 5,10 para cada R$ 1 investido.
O levantamento destaca que a expansão do acesso à água potável, coleta e tratamento de esgoto terá efeitos diretos na saúde da população, na preservação ambiental e no desenvolvimento econômico local. Em 2022, mais de 9,4 milhões de pessoas na Amazônia Legal ainda viviam sem água tratada, enquanto 21,9 milhões não tinham coleta de esgoto. Apenas 16,8% do esgoto gerado na região era tratado, resultando no despejo de 851 milhões de metros cúbicos de esgoto residencial nos rios.
O Tocantins faz parte de uma região composta por nove estados, com 772 municípios e cerca de 26,6 milhões de habitantes, cerca de 13% da população brasileira. Apesar dos avanços desde 2000, o estudo aponta que ainda há desafios significativos para garantir acesso pleno aos serviços de saneamento.
O valor previsto de R$ 330 bilhões em benefícios considera o saldo líquido entre ganhos e custos sociais. São estimados R$ 273,7 bilhões em benefícios diretos, como renda gerada pelo investimento, atividades de saneamento e impostos sobre produção, e R$ 242,9 bilhões em redução de perdas, incluindo menores gastos com saúde e aumento da produtividade. Os custos sociais relacionados ao investimento e ao aumento de despesas das famílias devem somar cerca de R$ 186,5 bilhões.