O Cânion da Ilha Negra, localizado no entorno da UHE Lajeado, é um espaço popular entre turistas. No entanto, o Grupo EDP, concessionária responsável pela operação da usina, alerta que o local não é aberto à visitação pública. O motivo por trás da delimitação seria os riscos locais e a preservação do ambiente.

Segundo a empresa, o cânion está situado dentro da área operacional restrita da usina, delimitada por normas federais, que determinam que regiões ao redor das barragens podem ser classificadas como de acesso restrito, seja por questões de segurança, operação ou preservação ambiental.

O gestor executivo da UHE Lajeado, Edson Caldeira, explica que a restrição ao acesso tem caráter legal e preventivo. “O Cânion da Ilha Negra está inserido no leito do rio,  em uma área operacional da usina, onde a presença de pessoas é proibida por lei. Essa medida existe para proteger vidas, assegurar a segurança das operações e preservar a vegetação nativa e as matas ciliares do entorno, fundamentais para a estabilidade das margens e a qualidade da água”, ressalta.

Para Edson Caldeira, permanecer na área significa se expor a riscos inerentes à operação da usina, pois o nível do rio pode variar em tempo real, a depender de demandas do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Essas manobras ocorrem durante todo o dia, alterando subitamente a vazão de água, podendo gerar correntes fortes, sucção e choque hidráulico.

“São situações imprevisíveis, próprias da operação da usina, que tornam o cânion uma zona de risco. Por isso, a legislação exige a delimitação dessas áreas de segurança e proíbe qualquer permanência de pessoas no local”, explica Caldeira.

Além do perigo da água, o gestor lembra que o ambiente apresenta pedras escorregadias e risco de acidentes. “Não se trata apenas de uma questão técnica da usina, mas de um cuidado necessário com a vida das pessoas que, muitas vezes, desconhecem os riscos”, reforça.

Caldeira esclarece também que o Cânion da Ilha Negra está inserido em uma área de preservação permanente (APP), onde a presença humana não autorizada pode gerar danos ambientais, como pesca irregular, caça, retirada de vegetação e outros crimes previstos em lei.

A área é delimitada por placas de advertência e boias, deixando clara a proibição de acesso. A fiscalização deve contar com o apoio de órgãos como Marinha, Polícia Ambiental e Prefeituras, que podem aplicar sanções administrativas e criminais em caso de descumprimento.

Embora o Cânion da Ilha Negra seja inacessível ao público, a UHE Lajeado mantém um programa de visitas guiadas. As atividades acontecem semanalmente, sempre às quintas-feiras, mediante agendamento prévio, em áreas externas e seguras da Usina.

A Investco reforça que, toda a região à jusante da Usina, ou seja, imediatamente abaixo da hidrelétrica não pode ser acessada, isso inclui também a região dos pedrais defronte o vertedouro.

Gabes Guizilin cumpre estágio obrigatório por meio do convênio firmado entre o Jornal Opção e a Universidade Federal do Tocantins (UFT), sob supervisão de Elâine Jardim.