O Brasil adotou um novo esquema de vacinação contra o vírus do papiloma humano (HPV), passando a administrar apenas uma dose da vacina, anunciado pela ministra da Saúde, Nísia Trindade, nesta segunda-feira, 1º de abril. Anteriormente, o país seguia um protocolo de duas doses para combater o HPV, que é uma das principais causas do câncer de colo de útero.

A mudança para uma única dose foi justificada pela ministra como uma medida para proteger contra vários tipos de doenças e cânceres causados pelo HPV ao longo da vida. Ela também incentivou uma busca ativa por jovens até 19 anos que ainda não foram vacinados.

A vacinação é indicada para meninos e meninas de 9 a 14 anos, vítimas de abuso sexual entre 15 e 45 anos (homens e mulheres) que não foram previamente imunizados, pessoas vivendo com HIV, transplantados de órgãos sólidos e de medula óssea, e pacientes oncológicos na faixa etária de 9 a 45 anos.

Teste

Além da vacinação, o Ministério da Saúde incorporou ao Sistema Único de Saúde (SUS) um teste molecular para detecção do HPV em mulheres. Essa tecnologia permite rastrear o câncer do colo do útero e realizar o teste apenas de cinco em cinco anos, em contraste com a necessidade de realizar o exame Papanicolau a cada três anos. Essa mudança foi respaldada pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) por ser mais precisa que os métodos anteriores oferecidos pelo SUS.

A doença

Apesar dos esforços de prevenção, o HPV ainda é considerado a infecção sexualmente transmissível mais comum em todo o mundo e a principal causa do câncer de colo de útero. Estima-se que cerca de 17 mil mulheres sejam diagnosticadas com essa doença no Brasil anualmente, mantendo-se como o quarto tipo de câncer mais comum e a quarta causa de morte por câncer entre as mulheres, principalmente entre as negras, pobres e com baixos níveis de educação formal.