Vacinação nas escolas alcança mais de 14 mil estudantes em municípios do Tocantins

18 julho 2025 às 16h21

COMPARTILHAR
O Ministério da Saúde divulgou o balanço do Programa Saúde na Escola (PSE) referente ao primeiro semestre de 2025. Segundo os dados apresentados, mais de 1 milhão de doses de vacinas foram aplicadas em instituições de ensino de 4,1 mil municípios brasileiros. No Tocantins, 14,5 mil doses foram registradas, alcançando 84,17% das cidades do estado.
A ação é voltada a estudantes de até 15 anos e integra a iniciativa anual realizada pelos ministérios da Saúde e da Educação. Pela primeira vez, o programa apresenta dados com recorte específico das vacinas administradas em ambiente escolar, permitindo um acompanhamento mais detalhado da cobertura vacinal. Os números foram divulgados nesta quarta-feira, 16.
No ciclo 2023/2024, o PSE teve adesão de 5.544 municípios, o equivalente a 99% do total do país. No Tocantins, os 139 municípios participam do programa. Para a execução das ações, o Ministério da Saúde destinou R$ 150 milhões a estados e municípios, com foco na ampliação da cobertura vacinal, prevenção de doenças imunopreveníveis, enfrentamento da desinformação e ações de conscientização. Do total, R$ 2,56 milhões serão repassados aos municípios tocantinenses. A expectativa é que 267 mil alunos sejam atendidos pelo programa no estado.
A campanha de 2025 resultou no aumento expressivo das aplicações de doses no ambiente escolar. Em abril, foram registradas 212,1 mil doses — 10 vezes mais que em março (20,6 mil). Em maio, o número subiu para 583,7 mil doses aplicadas, número 25 vezes maior em relação a março.
“Estamos mostrando que já começamos a recuperar esse grande esforço de salvar vidas no Brasil, por meio do nosso Programa Nacional de Imunizações (PNI). Ultrapassamos um milhão de crianças vacinadas nas escolas. Além disso, das 16 vacinas do calendário nacional, tivemos aumento em 15 e apenas uma manteve-se estável. Até o final do ano, continuaremos intensificando nossas ações de vacinação”, destacou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
No total, 25 tipos de vacinas do calendário nacional foram aplicadas em escolas, incluindo HPV, BCG, Covid-19, dengue, febre amarela, meningite, influenza, poliomielite, sarampo, caxumba, rubéola, entre outras. O levantamento aponta cobertura em 74% dos municípios brasileiros.
“Em nome da Unicef, parabenizo o Ministério da Saúde pelos avanços na imunização de crianças e adolescentes no Brasil. Sem sombra de dúvida, o país é uma referência mundial. Como foi apresentado aqui, o Brasil já alcançou a meta de cobertura de alguns imunizantes importantes para a infância e a adolescência. Parabenizo, também, pelas estratégias utilizadas, não apenas pelo microplanejamento, mas por todo o esforço de envolver a educação junto com a saúde”, afirmou a chefe de Saúde e Nutrição da Unicef no Brasil, Luciana Phebo.
Vacinação também avança fora das escolas
Fora do ambiente escolar, o país também registrou crescimento na cobertura vacinal de crianças e adolescentes. Dados do primeiro quadrimestre de 2025 mostram aumento nas taxas de 15 das 16 vacinas previstas no calendário nacional, revertendo a tendência de queda observada desde 2016. O desempenho é atribuído à retomada do Programa Nacional de Imunizações (PNI), mobilizações como o Dia D e à regularização do abastecimento de imunizantes.
Confira os principais avanços no primeiro quadrimestre de 2025 em comparação com o mesmo período de 2024:
- Tríplice Viral D1: de 86,59% para 91,86%
- Pneumo10 (1º reforço): de 80,66% para 89,13%
- Meningocócica C (1º reforço): de 72,50% para 88,35%
- BCG: de 63,59% para 88,29%
- Pneumo10 (dose inicial): de 79,65% para 85,93%
- Hepatite B (<30): de 63,50% para 84,93%
- Meningo C: de 69,72% para 84,31%
- Penta: de 82,37% para 84,22%
- Rotavírus: de 79,20% para 82,34%
- VOPb: de 74,14% para 79,34%
- Febre Amarela: de 72,59% para 78,88%
- Hepatite A: de 71,75% para 78,17%
- DTP (1º reforço): de 74,49% para 81,97%
- Tríplice Viral (reforço): de 61,62% para 72,89%
- Varicela: de 64,12% para 67,5%
A melhora no desempenho vacinal também contribuiu para a recuperação de certificações internacionais. Em 2024, o Brasil voltou a receber o reconhecimento de eliminação do sarampo como problema de saúde pública — título perdido em 2019. A conquista teve como destaque o avanço da cobertura da vacina tríplice viral, que ultrapassou a meta de 95% no ano passado.
Cobertura da vacina contra HPV também aumenta
Entre os imunizantes com crescimento de cobertura, a vacina contra o HPV teve destaque. Entre as meninas de 9 a 14 anos, o índice subiu de 78,38% em 2022 para 82,77% em 2024. No mesmo período, a cobertura entre os meninos passou de 45,43% para 67,21%.
“Vocês estão aqui, vivos, sem paralisia infantil e muitos sem nunca terem tido sarampo porque, um dia, seu pai ou sua mãe levou você para vacinar, enfrentando, muitas vezes, situações muito mais difíceis para isso”, afirmou Padilha, ao reforçar a importância do envolvimento de pais, mães e responsáveis no processo de imunização.
A ampliação da cobertura vacinal também está relacionada à adoção de estratégias como o microplanejamento adaptado à realidade local, enfrentamento à desinformação e melhorias nos sistemas de informação e registro das doses aplicadas.