O ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou na noite desta sexta-feira, 4, a instauração de uma junta médica para avaliar o estado de saúde do prefeito afastado de Palmas, Eduardo Siqueira Campos (Podemos), preso preventivamente desde o dia 27 de junho. A medida antecede qualquer deliberação sobre os pedidos de liberdade apresentados pela defesa.

De acordo com a decisão, a equipe médica deve ser designada no prazo de 48 horas e terá até cinco dias para elaborar e enviar o laudo ao Supremo. Somente após a análise do documento o ministro irá reavaliar os pedidos de habeas corpus. A informação foi confirmada ao Jornal Opção Tocantins pelo advogado Juvenal Klayber, integrante da equipe de defesa. O prefeito de Palmas tem 66 anos e já teve um estado de saúde delicado, chegando a ter paralisia na face e em outras partes do corpo anos atrás.

Com movimentação intensa da defesa, com mais de 40 petições protocoladas desde o dia 23 de junho, sendo ao menos oito entre os dias 3 e 4 de julho, o processo segue teve essa primeira decisão desde o despacho do dia 30 de junho, quando Zanin encaminhou os autos à Procuradoria-Geral da República (PGR) para manifestação. O habeas corpus continua concluso ao gabinete do ministro.

Nos bastidores, a presença do criminalista Roberto Podval na liderança da banca tem sido interpretada como uma estratégia para reforçar a articulação junto ao STF, especialmente durante o recesso do Judiciário. Embora os prazos estejam suspensos até 31 de julho, o Supremo mantém plantão para casos urgentes, como pedidos de liberdade.

O processo que envolve Eduardo é sigiloso e integra as investigações da Operação Sisamnes, da Polícia Federal, que apura suposto vazamento de informações confidenciais do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e tentativa de obstrução das investigações. Além do prefeito, também foram presos o advogado Antônio Ianowich Filho e o policial civil Marco Augusto Albernaz. Eduardo segue detido no Quartel do Comando-Geral da Polícia Militar, em Palmas.