Tom Lyra defende gestão técnica e aposta em novo ciclo de desenvolvimento para o Tocantins

Ex-vice-governador e ex-secretário de Estado, o gestor público, escritor e empresário, Aldison Wiseman Barros de Lyra, mais conhecido com Tom Lyra, tem acompanhado de perto os movimentos políticos e econômicos do Tocantins. Tocantinense de Araguacema e com trajetória marcada pela atuação em grandes empresas multinacionais e passagens por áreas estratégicas da administração estadual e municipal, sobretudo no desenvolvimento econômico e no turismo, ele conversou com o Jornal Opção Tocantins neste domingo, 9.

Autor dos livros Questão de Óptica e A Subida Travessia do Rio Araguaia e com experiência como palestrante na área de gestão e liderança, Lyra avalia que o Tocantins vive um “ponto de inflexão”, com potencial para retomar o crescimento de forma estruturada. “Temos um Estado jovem, com indicadores fiscais razoáveis e uma localização estratégica. O desafio é transformar esse potencial em resultados concretos com planejamento, continuidade e inovação. Estou confiante na gestão do governador Laurez Moreira para que o Tocantins volte aos trilhos”, afirmou.

Desenvolvimento e setor produtivo

Para Lyra, o estado ainda enfrenta entraves históricos, como a dependência do poder público e a falta de continuidade administrativa. “O Tocantins precisa fortalecer o setor privado e criar um ecossistema empreendedor capaz de gerar riqueza própria. Isso se faz com planejamento estratégico, desburocratização e parcerias público-privadas. A estabilidade regulatória e a segurança jurídica são indispensáveis para atrair investidores e gerar empregos”, destacou.

Na avaliação do ex-vice-governador, o crescimento sustentável depende também de uma nova lógica de articulação política. “A relação entre executivo e legislativo deve ser ferramenta de governança, não de barganha. Quando os poderes trabalham alinhados em torno de uma visão de Estado, o resultado é previsibilidade e desenvolvimento. Política moderna se faz com diálogo e eficiência”, pontuou.

Potenciais econômicos e inovação

Com experiência em setores produtivos e no turismo, Lyra destaca que o Tocantins tem vocação natural para expandir a economia para além do agronegócio. Ele cita a indústria de transformação ligada à agropecuária, a bioeconomia, o turismo sustentável e a geração de energias renováveis como vetores de crescimento. “O Estado pode se tornar um hub de inovação e logística do Centro-Norte brasileiro. O desafio é transformar oportunidades em cadeias produtivas estruturadas e sustentáveis”, explicou.

Turismo e marca Tocantins

Lyra, que já comandou o turismo estadual, defende que o setor deve ser tratado como política de Estado. “O turismo é uma indústria de oportunidades. Ele movimenta o comércio, fortalece o artesanato e gera emprego local. O Tocantins precisa investir em infraestrutura e promoção nacional e internacional, sob uma marca única: ‘Tocantins, natureza que gera valor’”, afirmou.

Durante sua passagem pela área, ele coordenou iniciativas como o projeto Jalapão 100% Tocantins, o fortalecimento do Calendário Cultural do Estado, o incentivo à pesca esportiva e o fomento à produção audiovisual. “O impacto foi econômico e simbólico. O Tocantins passou a se enxergar como destino e como marca”, avaliou.

Gestão e transparência

Lyra defende que eficiência pública se constrói com metas e meritocracia. “Gestão não é discurso, é entrega. Transparência é o maior ativo de uma administração moderna, porque atrai confiança e investimentos. É preciso usar indicadores de desempenho, digitalizar processos e valorizar o capital humano”, pontuou.

Ele também chama atenção para o uso responsável dos convênios e repasses públicos. “Cada real investido precisa gerar retorno social e econômico. Convênio não é favor político, é instrumento de gestão com metas claras e prestação de contas acessível”, disse.

Olhar para o futuro

Com visão voltada ao desenvolvimento sustentável, Lyra acredita que o Tocantins pode se tornar referência em inovação e sustentabilidade. “Precisamos investir em infraestrutura, conectividade digital, inteligência artificial e educação de qualidade. O estado deve ser articulador entre poder público, iniciativa privada e academia, um triângulo virtuoso de desenvolvimento”, avaliou.

Para ele, a missão de quem atua na vida pública é deixar um legado de construção e continuidade. “Sempre acreditei no Tocantins como Estado de oportunidades. Trabalhei para aproximar o governo do empreendedor e projetar o Tocantins no cenário nacional e internacional. Quero ser lembrado como alguém que ajudou a construir pontes entre o público e o privado e plantou as bases de um Tocantins moderno, competitivo e sustentável”, finaliza.