Folha confronta Amastha sobre despesas que ele teria deixado na prefeitura de Palmas e parlamentar responde “falou nada com nada”

27 março 2025 às 12h23

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A sessão da Câmara Municipal de Palmas nesta quinta-feira, 27, foi marcada pelo embate entre o vereador Folha (PSDB), ex-presidente da Casa de Leis, e o vereador Carlos Amastha (PSB), ex-prefeito de Palmas.
Durante seu discurso na tribuna, Folha destacou que Amastha, enquanto prefeito, também teria deixado Despesas de Exercícios Anteriores (DEA), que, segundo ele, ultrapassaram os R$ 250 milhões durante os cinco anos em que o ex-prefeito esteve à frente da Prefeitura de Palmas. A declaração de Folha foi feita no contexto em que Amastha citou as despesas deixadas por Cinthia Ribeiro (PSDB), expostas pelo atual prefeito Eduardo Siqueira Campos (Podemos), que superam os R$ 200 milhões.
“Eu vejo que meu amigo, ex-prefeito e vereador Carlos Amastha tem feito seu papel, pois é sua prerrogativa, enquanto fiscal e legislador, de acompanhar algumas ações do momento e fiscalizar gestões passadas. Até porque todos os balancetes do prefeito e da prefeita, de 2023 para cá e de 2022 para trás, ainda não chegaram a esta Casa”, disse Folha no início do seu discurso.
O parlamentar prosseguiu: “Ele terá oportunidade de analisar, participar e votar a favor ou contra. Mas tenho visto ele bater muito na questão das DEA. Não houve nenhum prefeito ou prefeita na história de Palmas que não tenha deixado despesas de exercícios anteriores. Todos deixaram dívidas para os próximos gestores pagarem. Somei aqui as despesas que meu amigo e ex-prefeito Carlos Amastha deixou, e deu mais de R$ 250 milhões nos cinco anos em que ele esteve à frente da Prefeitura de Palmas. Houve anos com R$ 50 milhões, outros com R$ 40 milhões e outros com R$ 30 milhões. Caberia, inclusive, a ele analisar essas despesas para saber se os serviços foram prestados e se os produtos foram entregues…”, discursava o parlamentar quando Amastha o interrompeu para pedir a palavra, já que havia sido citado pelo colega.
“Me permita, já que o senhor falou meu nome, por favor”, iniciou Amastha. Folha explicou que daria a palavra ao colega assim que finalizasse sua fala, mas Amastha insistiu. “Apenas para não confundirmos a plateia e os nobres pares: uma coisa são despesas de exercícios anteriores e outra coisa são restos a pagar”, prosseguiu Amastha. Folha, então, respondeu que entendia bem essa diferença.
O vereador Amastha seguiu: “O senhor fala da minha gestão como se fosse R$ 50 milhões mais R$ 50 milhões mais R$ 50 milhões. Todo ano ficavam restos a pagar, o que é absolutamente normal e ocorreu na gestão da prefeita Cinthia, que será pago. Estamos falando de despesas de exercícios anteriores, então, por favor, deixe claro, pois durante minha gestão não ficou absolutamente nada pendente”, explicou o parlamentar. Folha, por sua vez, rebateu, afirmando que o ex-prefeito teria, sim, deixado pendências.
Folha relatou que Amastha deixou DEA e que isso está documentado. “Vossa Excelência deixou DEA, está documentado. Todos os prefeitos, e o senhor não está fora dessa relação, deixaram despesas de exercícios anteriores. Inclusive, existem dois balancetes do senhor: um exclusivo e outro em conjunto com a prefeita Cinthia, que contém despesas dessa natureza. Vou citar um exemplo: a empresa Cantão deixou R$ 500 mil para pagar de DEA. O próprio secretário Gustavo, que na época era secretário da prefeita Cinthia, demorou três anos analisando o processo, realizando auditorias para verificar se o serviço havia sido prestado e, só então, realizou o pagamento. Estou mostrando a Vossa Excelência os nomes e números”, afirmou Folha.
Após o bate-boca, os dois parlamentares foram lembrados pelo vereador Vinícius Pires (Republicanos) sobre o tempo de fala de cada um durante os discursos na tribuna. Folha, então, prosseguiu com o tempo restante e falou sobre a responsabilidade de instaurar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), a CPI do PreviPalmas, a averiguação das despesas deixadas pelos gestores anteriores e sobre acusações sem as devidas investigações.
PreviPalmas
Quando a palavra voltou para Carlos Amastha, ele reiterou sua defesa sobre a necessidade de uma CPI para investigar a gestão de Cinthia Ribeiro. “Vereador Folha, me estranha o senhor ter pedido a palavra. Será que estou entendendo apenas o que me interessa, ou o senhor não disse nada com nada? Quando o senhor diz que não podemos condenar sem investigar, está absolutamente certo, e é exatamente isso que estou propondo: vamos investigar antes de condenar. Esse é o instrumento (CPI) que temos e é nossa obrigação usá-lo. O senhor falou sobre o PreviPalmas. A CPI do PreviPalmas foi montada com o apoio do prefeito Carlos Amastha, que fazia questão de que, caso houvesse algo errado, fosse investigado. A CPI foi realizada com o apoio do prefeito e o resultado ficou claro. Ficou claro que a Caixa Econômica Federal não poderia ter mexido naquele recurso, pois quando alteramos o estatuto do PreviPalmas, passamos a exigir duas assinaturas, mas esse processo foi fraudado. A prefeita Cinthia não cobrou o dinheiro da Caixa e, pelo que sei, os servidores de Palmas perderam o direito de reaver esse recurso por conta de uma gestão totalmente irresponsável”, finalizou Amastha.