Irajá Abreu e a resistência da bancada evangélica no Senado para passar legalização de cassinos e jogo do bicho

13 maio 2025 às 10h07

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Nos bastidores do Senado, o senador tocantinense Irajá Abreu (PSD) tem sido o principal fiador do projeto que legaliza os jogos de azar no Brasil. Com aval do presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União-AP), ele quer colocar a proposta em votação ainda neste semestre, mas enfrenta a resistência ferrenha da bancada evangélica.
Pelo o que se é divulgado, Irajá, que é o relator do texto, não conta com qualquer tentativa de conciliação com os parlamentares religiosos. A estratégia agora será consolidar os votos fora desse núcleo e blindar a base de apoio contra reviravoltas de última hora. A pauta já foi rejeitada, por exemplo, pelo senador Carlos Viana (Podemos-MG), presidente da Frente Parlamentar Evangélica, e por sua vice, senadora Damares Alves (Republicanos-DF).
Irajá estima ter hoje pouco mais de 41 votos, o suficiente para aprovação, mas abaixo dos 50 que é a margem ideal. A contagem incerta dá espaço para ofensiva dos evangélicos, que atuam no corpo a corpo para virar votos e enterrar o projeto no plenário.
A votação deve ser agendada assim que Alcolumbre voltar da viagem internacional com o presidente Lula (PT). O Palácio do Planalto já disse que sancionará a proposta, se aprovada.
Pesquisa
O senador tocantinense divulgou recentemente uma pesquisa nacional para medir o termômetro da população sobre o tema. O Instituto de Pesquisa DataSenado entrevistou 5.039 brasileiros com 16 anos ou mais, de todas as regiões do país, entre os dias 21 de fevereiro e 1º de março de 2025. A amostragem aleatória estratificada representa um universo de 170,9 milhões de pessoas, com margem de erro de 1,72 ponto percentual e 95% de confiança.
De modo geral, o levantamento mostrou que 60% dos brasileiros se disseram favoráveis à legalização dos jogos, o que representa cerca de 102 milhões de brasileiros. Outros 34% são contra, e 6% não souberam ou não opinaram.
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