A fala do prefeito Eduardo Siqueira Campos (Podemos) ao Jornal Opção sobre a possível candidatura da secretária de Educação, Débora Guedes (Podemos), à Assembleia Legislativa em 2026, segue um roteiro conhecido na política: tom institucional, discurso genérico e foco no aspecto legal da situação. Ao afirmar que “é natural da democracia a postulação de representatividade”, Eduardo evita entrar no mérito da movimentação em si, tratando o assunto como parte da rotina da vida pública, e não como um movimento com implicações práticas na gestão da pasta.

Chama atenção a ênfase no cumprimento dos “prazos legais” para uma eventual saída da secretária, mencionada duas vezes na resposta. O prefeito parece mais interessado em afastar qualquer possibilidade de questionamento jurídico do que em discutir se a pré-campanha poderá, de fato, comprometer metas da área educacional.

Ao destacar a separação entre agendas administrativas e eleitorais, Eduardo opta por não polemizar nem politizar o assunto. E o silêncio sobre a atuação da secretária, sem elogios, agradecimentos ou sinalizações de apoio, reforça a leitura de que a gestão está disposta a tocar o barco com ou sem ela, no tempo certo e com o mínimo de atrito possível. Na prática, Eduardo sinaliza que não vai comprar o desgaste junto com a secretária. Vai seguir o script legal, fazer a troca “natural” quando for preciso, e, se a conta política estourar, que estoure no colo dela.

Fala do prefeito em resposta ao Jornal Opção

Bom dia, veja, é natural da democracia a postulação de representatividade. Temos incontáveis casos aqui em Palmas, no Tocantins e no Brasil. Cabe sempre ao gestor saber separar agenda e conciliar situações que são mais do que costumeiras na vida pública. Por óbvio que se ela será candidata, deixará o cargo nos prazos da lei. A troca será natural e nos nos prazos da lei.

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