A reunião da Comissão de Finanças da Aleto, na quarta-feira, 22, teve menos debate e mais cálculo político. O presidente do colegiado, Olyntho Neto (Republicanos), articulou com Gipão (PL) para que ele pedisse vistas do projeto de R$ 1,7 bilhão antes que Eduardo Fortes (PSD), ligado ao grupo de Wanderlei Barbosa, pudesse fazê-lo.

A manobra travou a estratégia da base de Wanderlei, que tentava ganhar tempo e segurar a tramitação da proposta do governo interino de Laurez Moreira (PSD). Fortes contestou o procedimento e acusou Olyntho de desrespeitar o regimento. O presidente respondeu que, por estarem no mesmo bloco parlamentar, Fortes e Gipão não poderiam fazer pedidos de vista sobre a mesma matéria.

Poucas horas depois, Gipão devolveu o processo, dizendo ter resolvido as dúvidas com a assessoria da Casa. O movimento abriu caminho para a aprovação do projeto ainda na noite do mesmo dia. Nos corredores da Aleto, o episódio foi lido como um recado político de Olyntho, que se movimenta mais próximo do governo interino e distante da órbita de Wanderlei, em meio ao novo formato de apoio que se desenha dentro da Aleto.