A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), entidade global que tem como objetivo fomentar a boa governança estatal e empresarial, trouxe em seu último ranking sobre o serviço público um dado que deve servir de reflexão, ou, quem sabe, de alerta, para o Brasil.

Segundo o órgão, o país ocupa o penúltimo lugar na lista de métodos de seleção de servidores na América Latina, ficando apenas à frente do Paraguai. Em uma escala de 0 a 1, o Brasil alcançou 0,13 – índice inferior ao de nações como Haiti e Honduras.

Enquanto países como Uruguai e Colômbia utilizam análise de currículos e entrevistas além das provas, o Brasil, na maior parte dos processos de seleção para cargos públicos, se limita ao “bom e velho” concurso.

Especialistas ouvidos pelo jornal Folha de S. Paulo afirmam que o Brasil tem, sim, capacidade de aprimorar seu recrutamento. No entanto, quando se trata do modelo tradicional, há “uma aversão ao risco de inovação, sobretudo quando se observa a ocorrência de práticas fraudulentas em concursos a nível local”.

Vale ressaltar que a questão aqui não é a quantidade de servidores. O Brasil, inclusive, possui menos trabalhadores do Estado do que países como Estados Unidos, México e Argentina. O ponto central é a qualidade do processo de seleção, que deveria, logicamente, priorizar as habilidades, o histórico e a consciência dos candidatos sobre a magnitude de ser um intermediário entre o Estado e a população.

Diante disso, e considerando o dado apresentado pelo ranking da OCDE: estamos falhando no recrutamento de nossos servidores?